O Conselho de Segurança das Nações Unidas condenou o clima de crescente violência que se vive no Haiti devido à ação criminosa de gangues, numa resolução da última sexta-feira, 12. No mesmo sentido, o Quénia enviou um grupo de 200 polícias para este país em missão de emergência.
“O governo haitiano, através do meu gabinete, congratula-se com a adoção unânime da resolução 2743 que prorroga o mandato do Gabinete Integrado das Nações Unidas no Haiti [BINUH] por mais um ano. Isso representa a renovação do compromisso da comunidade internacional de trabalhar pela paz, segurança e estabilidade política no Haiti”, referiu Antonio Rodrigue, o representante permanente desta nação caribenha nas Nações Unidas. “A extensão do mandato do BINUH certamente representa um passo na direção certa. No entanto, ainda há muito a fazer. A extensão do mandato, por si só, não pode ser suficiente para ajudar o Governo a enfrentar os desafios humanitários e de segurança que o Haiti enfrenta. Precisamos de fazer convergir sinergias e encontrar ideias inovadoras que respondam à complexidade da situação”, acrescentou.
A este propósito, o Quénia enviou também uma missão de emergência para este território, composta por um contingente de 200 polícias, conforme noticia o portal de notícias do Vaticano. “A chegada dos primeiros contingentes de polícias quenianos para apoiar os esforços da Polícia Nacional do Haiti na sua luta contra bandos fortemente armados suscitou grandes esperanças entre a população haitiana de ver o fim do seu sofrimento e da violência que suportam”, afirmou ainda Rodrigue.
Após a reunião na qual foi adotada esta resolução, o embaixador Thomas Greenfield, representante dos Estados Unidos da América junto das Nações Unidas, dirigiu-se à imprensa e comunicou que o seu país “fornecerá mais de 300 milhões de dólares ao Haiti e trabalhará em conjunto com a Polícia Nacional Haitiana para melhorar as condições de segurança no país”. “Há motivos para ter esperança sobre o futuro desta nação e da sua perspetiva política de forma mais ampla, mas muito mais precisa de ser feito para garantir a responsabilização dos atores envolvidos nas atrocidades, inclusive através de sanções”, mencionou.
José de la Gasca, representante permanente do Equador junto das Nações Unidas, também reagiu, em declarações à imprensa: “A adoção unânime da resolução desempenha um papel crucial no apoio à transição democrática do Haiti e no restabelecimento da segurança no país. É importante destacar o papel que a região caribenha tem desempenhado na superação da crise do Haiti, mostrando apoio constante na renovação do mandato do BINUH”.
As Nações Unidas estenderam a sua missão política no Haiti até 15 de julho do próximo ano, com o objetivo declarado de ajudar, de todas as formas possíveis, a facilitar a realização de eleições presidenciais justas e livres no país. Notícias recentes publicadas pelo 7 Margens deram conta da evolução da conjuntura vivida no Haiti, onde a cada minuto uma criança é deslocada, e onde se receia um verdadeiro genocídio humano.
Texto redigido por 7Margens, ao abrigo da parceria com a Fátima Missionária.
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