Xiaomi 15 Ultra: uma câmara com telemóvel à volta | Tecnologia

Tem uma figura que dá nas vistas: o conjunto de câmaras do novo Xiaomi 15 Ultra ocupa mais de um terço do corpo do smartphone, uma aposta clara em marcar um ponto de diferenciação para a concorrência no segmento premium. E parece ter conseguido. Numa altura em que as grandes marcas tentam incorporar e vender a inteligência artificial (IA) como argumento — e com mais ou menos as mesmas funções ​, a Xiaomi investe no hardware como poucos. A “magia” da IA faz o resto.

A apresentação europeia dos novos Xiaomi ocorreu no passado domingo em Barcelona no MWC (Mobile World Congress), a grande feira de tecnologia que reuniu este ano cerca de 100 mil participantes. Uns dias antes, tivemos a oportunidade de testar brevemente as novidades Xiaomi em Lisboa. O Ultra é robusto e bem construído, com especificações de topo a todos os níveis, com destaque, como já se percebeu, para a fotografia e para o vídeo.

O sensor principal de 1 polegada e 50MP da Sony, com distâncias focais variáveis, e uma ultrateleobjectiva Leica de 200MP são duas das quatro ferramentas. O novo conjunto é capaz de gravar vídeo em 4K a 120 fps com estabilização óptica e suporta Log de 10 bits para tratamento profissional (saiba mais aqui).

Isso ajuda a fazer dele um telefone caro (1500 euros), mas as expectativas da marca são boas. Tiago Flores, director da Xiaomi Portugal, conta ao PÚBLICO que “a qualidade fotográfica é um dos principais motivos que levam as pessoas a trocar de equipamento”, o que justifica o crescimento em Portugal —​ a Xiaomi é a segunda marca que mais vende, atrás da Samsung. E considera este novo conjunto de câmaras uma disrupção na construção óptica​.



Protótipo baseado no Xiaomi 15 permite acoplar magneticamente uma lente dedicada
Xiaomi

O 15 Ultra será relevante para lançar o também topo de gama Xiaomi 15 (1100 euros), um nível abaixo no que toca à imagem, mas igualmente avançado. Na suite, encontramos o novo sistema operativo HyperOS e a tecnologia HyperAI, duas partes do mesmo bolo também apresentadas no evento. Trata-se da integração da inteligência artificial generativa em todas as componentes dos equipamentos, bastante além do processamento de imagem — que tem na correcção do zoom o exemplo mais impressionante.

O sistema operativo da Xiaomi integra o motor do ChatGPT para fazer chegar funções de inteligência artificial às diferentes aplicações do telefone, incluindo as externas, como o Instagram, WhatsApp ou Microsoft; já as da Google ficam por conta do assistente Gemini, que aparece também integrado no software.

Francisco Jerónimo, responsável pela área de pesquisa de electrónica de consumo da IDC (empresa de Market Intelligence), realça as qualidades do hardware dos novos Xiaomi e explica ao PÚBLICO o porquê da tendência crescente e importância da inteligência artificial nos smartphones, que está para lá da edição de imagem nas suas diferentes vertentes. Em suma, diz-nos que “a IA vai ter a capacidade de usar a informação das nossas vidas, que guardamos nos nossos telefones, computadores e tablets, e começar a tomar decisões sobre os nossos dados”. Caminhamos, segundo ele, para a implementação de um “assistente digital permanente”.

Além da câmara robusta e da IA integrada nas diferentes aplicações, o HyperOS mostra-se capaz de comunicar com diferentes aparelhos Android, mas também com o ecossistema da Apple, mais um sinal da expansão da marca chinesa.

Os carros e as outras novidades

A MWC é uma feira onde as marcas disputam a atenção, e a Xiaomi não fez a coisa por menos. Os carros eléctricos —​ que deverão sair das fronteiras chinesas para o mercado europeu em 2027, de acordo com o presidente da empresa, Lu Weibing —​ foram o chamariz para tudo o resto, nomeadamente uma chaleira digitalizada, uma máquina de café e um teclado para computador; e também, com chegada à Europa em breve, um frigorífico, uma máquina de lavar com duas tubas e ares condicionados. São apenas exemplos da imensidão de produtos no portfólio da marca que quer ligar tudo: casa, carro e humanos.



O presidente da Xiaomi, Lu Weibing, na apresentação do SU7 Ultra
Xiaomi


Além dos Xiaomi 15 e 15 Ultra, do ecossistema fazem agora parte os novos tablets Pad 7 e Pad 7 Pro, bem como o relógio S4, todos integrados pelo sistema operativo inteligente.

Há ainda os novos auriculares sem fios Buds Pro 5, desenvolvidos com a Harman, e uma segunda versão que, diz a marca, é capaz de transmitir som em alta resolução (96kHz/24bit) através da ligação Wi-Fi, ultrapassando deste modo a limitação técnica imposta pela tecnologia Bluetooth —​ estes não vão estar disponíveis em Portugal.

Finalmente, um sublinhado para a Scooter 5 Max, que vai chegar ao mercado português por 600 euros. Trata-se de uma trotineta com 60 quilómetros de autonomia, suspensão hidráulica dianteira e controlo de tracção. Para muitos, será mais útil e valioso do que um carro.


O PÚBLICO viajou ao MWC a convite da Xiaomi Portugal

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