Venezuela repatriou 311 migrantes que estavam no México

O voo foi realizado ao abrigo de um acordo entre os governos venezuelano e mexicano, e a chegada do voo foi transmitida pela televisão estatal venezuelana (VTV) e os migrantes venezuelanos foram recebidos pelo ministro de Relações Interiores, Justiça e Paz, Diosdado Cabello.

 

“Um novo grupo de homens, mulheres e crianças, que resgatámos da violência, da perseguição, da repressão aplicada nos Estados Unidos contra os venezuelanos por causa da sua nacionalidade ou por terem uma tatuagem”, disse Diosdado Cabello à VTV.

Cabello sublinhou o voo de repatriamento “é a forma de trabalhar entre governos sem qualquer tipo de abuso, sem ameaças de qualquer tipo”.

“O Presidente Nicolás Maduro deu instruções para trazer todos os venezuelanos de regresso, de onde quer que estejam [inclusive] os que foram raptados pelo governo de El Salvador, aqueles que foram deportados dos Estados Unidos e que rotulados como criminosos sem terem sido submetidos a qualquer julgamento, sem terem qualquer registo criminal”, disse.

Cabello explicou que no voo vinham também alguns jovens e criança que estavam viajando sozinhas para se reencontrarem com os avós e que vão ser atendidos por pessoal médico especializado em pediatria antes de serem levados às suas casas.

O ministro explicou que o repatriamento foi possível graças ao Plano de Regresso à Pátria, criado em 2018 pelo Presidente Nicolás Maduro, para trazer de regresso ao país, em aviões da Conviasa, os venezuelanos que emigraram e querem regressar.

Este é o quarto voo de repatriamento de venezuelanos realizado em 2025. O primeiro teve lugar a 10 de fevereiro, desde os EUA com 190 venezuelanos. O segundo voo, a 20 de fevereiro, transportou 177 venezuelanos que Caracas diz terem sido resgatados da base militar de Guantánamo, em Cuba.

A 24 de fevereiro teve lugar o terceiro voo com 242 migrantes venezuelanos deportados dos EUA, incluindo pela primeira vez mulheres e crianças.

No domingo, o Presidente de El Salvador, Nayib Bukele, anunciou a chegada de 238 alegados membros do grupo criminoso venezuelano Tren de Aragua e da Mara Salvatrucha (MS-13), transferidos para o Centro de Confinamento do Terrorismo (CECOT) ao abrigo de um acordo com Trump.

No sábado, os EUA expulsaram 261 imigrantes em dois voos para El Salvador e Honduras que partiram do Texas.

A imprensa venezuelana tem publicado declarações de familiares de alguns venezuelanos, negando que tenham vínculos com o Tren de Aragua. Denunciando também que alguns deles foram detidos e deportados apenas por terem tatuagens no corpo.

Em fevereiro, o Presidente Donald Trump classificou o Tren de Aragua, uma organização criminosa da Venezuela, e o MS-13, um gangue com origem em Los Angeles em 1980, como “organizações terroristas globais”.

Em 31 de janeiro, Richard Grenell, emissário especial de Donald Trump, reuniu-se com o Presidente Nicolás Maduro em Caracas com a missão de exigir que o Governo venezuelano aceitasse o regresso incondicional dos venezuelanos expulsos dos Estados Unidos, incluindo membros do grupo criminoso Tren de Aragua, e permitisse a libertação dos reféns norte-americanos mantidos na Venezuela.

Richard Grenell partiu com seis americanos libertados, e o Presidente Trump garantiu na altura ter obtido ‘luz verde’ quanto ao primeiro ponto.

Washington, que não reconhece a reeleição de Maduro, que a oposição considera fraudulenta, garante que não fez qualquer concessão enquanto Maduro falou de um “novo começo” nas relações bilaterais entre os dois países, que não mantêm relações diplomáticas desde 2019.

Desde que assumiu o cargo, em janeiro, Donald Trump, cujo principal tema é a imigração, retirou o estatuto de proteção temporária contra a deportação de que beneficiavam aproximadamente 600.000 venezuelanos devido à crise económica e de segurança no seu país.

Mais de 7,8 milhões de venezuelanos emigraram na última década, segundo a ONU. Parte destes estão nos Estados Unidos.

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