Venezuela rejeita ordem de órgão judicial da ONU de suspender eleições em área disputada com a Guiana | Mundo e Ciência
CIJ determinou que a Venezuela não tentasse escolher representantes para governar EssequiboFrederico Parra/AFP
A Venezuela rejeitou, nesta sexta-feira (2), uma ordem do principal órgão judicial da ONU para suspender eleições para escolher autoridades venezuelanas no Essequibo, território rico em petróleo em disputa com a Guiana, e ressaltou que não reconhece sua jurisdição no caso.
A Venezuela reivindica a soberania sobre este território de 160.000 km2, rico em recursos naturais e foco de uma disputa centenária, primeiro com o Reino Unido e depois com a Guiana, que foi reacendida em 2015, quando a ExxonMobil descobriu vastas jazidas de petróleo.
A Guiana levou a questão à Corte Internacional de Justiça (CIJ) em Haia, que decidiu que a Venezuela deve “abster-se de realizar eleições, ou de se preparar para realizá-las, neste território disputado”, segundo uma ordem divulgada pelo organismo.
As eleições para deputados do parlamento e governadores regionais estão marcadas para 25 de maio e elegerão autoridades venezuelanas na região de Essequibo pela primeira vez.
Após a ordem do tribunal, a Venezuela declarou nesta sexta em um comunicado que “não reconhece e nunca reconhecerá a jurisdição da Corte Internacional de Justiça nem acatará qualquer decisão que ela emitir”.
O anúncio da CIJ foi feito a pedido da Guiana, que acredita que as eleições causariam “danos irreparáveis”. As decisões desta corte são vinculativas, mas ela não dispõe de meios para executá-las.
Já em dezembro de 2023, havia ordenado à Venezuela que se abstivesse de qualquer ação “que pudesse alterar” o status quo no Essequibo, mas Caracas realizou um referendo para reivindicar sua soberania sobre essa área, que representa dois terços do território da Guiana.
Posteriormente, o parlamento venezuelano aprovou uma lei para transformar o Essequibo no 24º Estado do país, decisão contestada pela Guiana e outros países.
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