As Forças Armadas da Venezuela estão em estado de alerta máximo após o governo do país acusar os EUA de planejarem um ataque forjado a uma plataforma da ExxonMobil, localizada em águas disputadas com a Guiana. Segundo o Ministério da Defesa venezuelano, o objetivo seria criar um falso pretexto para uma operação militar na região do Essequibo, território rico em minérios reivindicado por Caracas há mais de um século. as informações são do jornal Miami Herald.
A denúncia foi feita no sábado (6) pela vice-presidente Delcy Rodríguez, que apontou diretamente Washington, o governo guianense, a opositora María Corina Machado e o empresário Erik Prince, fundador da empresa militar privada Blackwater, como envolvidos na suposta conspiração.
“Esse plano visa simular um ataque a uma plataforma da ExxonMobil que opera em águas da região de Essequibo ainda sem delimitação, com a intenção de justificar ações retaliatórias e hostis contra nossa nação”, declarou Rodríguez em discurso transmitido pela televisão estatal.

No dia seguinte, o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, reforçou a gravidade da situação em um comunicado oficial. “A Força Armada Nacional Bolivariana permanece em alerta diante das denúncias feitas pela vice-presidente Rodríguez sobre uma nova conspiração imperialista dos Estados Unidos para realizar uma operação de bandeira falsa contra a plataforma da ExxonMobil próxima à fronteira marítima da Guiana”, afirmou.
O ministro também acusou os Estados Unidos de recorrerem sistematicamente à criação de pretextos falsos para intervir em outros países. “Esses incidentes forjados fazem parte de um antigo manual imperial usado para manipular a opinião pública e justificar intervenções injustificadas”, declarou. “Esse modus operandi — provocar conflito e depois invadir nações soberanas com força militar e econômica — tornou-se um roteiro desgastado que já não tem credibilidade perante a comunidade internacional.”
A tensão aumentou desde fevereiro, quando um navio de guerra venezuelano entrou nas águas em disputa, levando a alertas do governo norte-americano. “Seria um péssimo dia para o regime venezuelano se atacassem a Guiana ou a ExxonMobil. Temos uma marinha poderosa, capaz de alcançar quase qualquer lugar do mundo. Estamos comprometidos com a Guiana”, afirmou o secretário de Estado Marco Rubio.
A disputa por Essequibo remonta a 1899 e voltou a ganhar força em dezembro de 2023, quando Nicolás Maduro realizou um referendo interno que, segundo dados oficiais, teve 98% de apoio popular à anexação da área. O pleito foi criticado internacionalmente por falta de transparência. Desde então, o governo venezuelano anunciou a criação de um novo estado na região, aumentou a presença militar no local e sinalizou a realização de eleições regionais para nomear um governador.
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