Venezuela diz que continuará recebendo deportados dos EUA

O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, confirmou nesta quinta-feira (13) um novo acordo com os Estados Unidos para que o país caribenho continue recebendo deportados venezuelanos dos EUA. Segundo o deputado, a medida foi firmada em reunião com o enviado especial estadunidense, Richard Grenell.

O próprio Grenell havia anunciado a medida em suas redes sociais e disse que a retomada dos voos começará nesta sexta-feira (14).

A decisão vem na esteira de um descompasso entre Caracas e Washington. Os dois governos anunciaram no começo de fevereiro um acordo para as deportações. Grenell viajou à Venezuela e foi recebido pelo presidente Nicolás Maduro. O governo venezuelano concordou não só em receber os voos, mas também em buscar os migrantes com um avião da companhia estatal Conviasa. O enviado estadunidense chegou a afirmar que o governo de Trump não quer uma “mudança de regime” para a Venezuela.

Em março, no entanto, a Casa Branca anunciou que não renovaria a licença que permitia que a petroleira estadunidense Chevron atuasse na Venezuela. Em resposta, o governo venezuelano disse que não receberia mais os deportados.

Depois dessa troca de declarações, os dois governos chegam agora a um acordo para retomar a deportação de venezuelanos.

“No âmbito do Plano de Retorno à Pátria, chegou a um acordo com o enviado especial Richard Grenell para repatriar irmãos e irmãs venezuelanos presos nos Estados Unidos. A Venezuela protege, assim, os direitos humanos dos nossos compatriotas migrantes e defende e salvaguarda a reunificação das famílias que foram vítimas das graves consequências que as sanções criminosas contra o nosso país e a nossa economia tiveram sobre o nosso povo, fazendo com que compatriotas trabalhadores e dignos fugissem para outros destinos em busca de alternativas”, afirmou em nota Rodríguez.

Ao todo, 366 venezuelanos foram repatriados dos Estados Unidos em três voos em fevereiro. O último chegou em 24 de fevereiro com 242 pessoas repatriadas do México.

Maduro havia afirmado que a saída da Chevron “prejudicava” a comunicação restabelecida entre os dois países com a visita de Grenell. O acordo entre as partes ainda envolveu a liberação de seis estadunidenses presos em território venezuelano por participarem de planos para matar tanto o presidente quanto a vice, Delcy Rodriguez. Em comunicado, o governo venezuelano afirmou que os dois estabeleceram o compromisso de fazer uma “agenda zero” para as relações bilaterais entre os dois países.

O programa de deportações promovido pelo presidente dos EUA, Donald Trump, começou logo depois da posse do republicano, em 20 de janeiro. A Casa Branca firmou um acordo com Caracas para esse retorno.

Ao todo, 600 mil migrantes da Venezuela moram nos Estados Unidos de maneira irregular e podem ser afetados com a decisão. Em nota, Caracas encampou as deportações e disse que o retorno dos venezuelanos cumpre com o programa do governo Retorno à Pátria, iniciado em 2023. O objetivo do governo de Nicolás Maduro era oferecer apoio logístico aos venezuelanos que estão fora do país em situação de vulnerabilidade e desejam voltar.

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