Um informe da estatal petroleira Petróleos da Venezuela (PDVSA, por sua sigla em espanhol), revelado nesta quinta-feira (06/03) pela agência Reuters, mostrou que a empresa enviou cerca de 42 mil barris diários (bdp) de petróleo bruto e combustível para Cuba, durante o mês de fevereiro.
O valor está em sintonia com o ritmo de queda na cooperação entre os dois países pactada há cerca de 20 anos, quando Venezuela e Cuba eram governadas por Hugo Chávez (1999-2013) e Fidel Castro (1976-2008), respectivamente.
A cifra de barris enviados por Caracas a Havana em janeiro representa um aumento significativo se comparado à queda abrupta registrada em janeiro passado, quando as exportações venezuelanas desse insumo para a ilha foram de menos de 10 mil bdp, o pior número desde que a cooperação entre os dois países teve início.
Essa estatística coincide com o fato de que, em janeiro de 2025, a Chevron enviou mais de 30% do total das exportações da Venezuela para os Estados Unidos.
A produção e as exportações de petróleo da PDVSA cresceram desde que a petrolífera norte-americana Chevron recebeu uma licença para operar na Venezuela, no final de 2022.
Essa decisão significou uma nova fonte de receita para o país, que sofre com sanções internacionais de a impossibilidade de aceder a algumas de suas contas em países estrangeiros – como no Reino Unido, por exemplo – por decisão judicial.


Refinaria da estatal venezuelana PDVSA instalada na região de Cienfuegos, em Cuba
Chevron e Venezuela
No entanto, na última terça-feira (04/03), o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos tornou vigente uma ordem para suspender as operações da Chevron na Venezuela pelos próximos 30 dias.
A medida foi anunciada dias antes pelo presidente estadunidense Donald Trump, que acusou seu homólogo Nicolás Maduro de não promover reformas eleitorais e o retorno de migrantes venezuelanos ao país.
Considerando a queda no envio de petróleo venezuelano a Cuba como uma possível consequência do acordo firmado pelo país sul-americano com a Chevron, o eventual fim desse acordo poderia fazer com que as remessas voltem aos patamares de anos anteriores.
O balanço anual das exportações de petróleo venezuelano para Cuba em 2024 registrou uma média de 32 mil bpd, número inferior aos 56 mil bpd registrados no balanço de 2023.
PDVSA e o resto do mundo
A PDVSA e seus parceiros de joint venture exportaram cerca de 934 mil bpd de petróleo bruto e combustível em fevereiro de 2025.
O principal comprador do petróleo venezuelano é a China, que recebe cerca de 503 mil bdp. Os Estados Unidos foram o segundo maior destinatário durante o período, com 239 mil bpd, seguidos pela Europa (69 mil bpd) e pela Índia (68 mil bpd).
Com informações da Reuters.
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