Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, juntou-se a dezenas de milhares de uruguaios que se despediram do icónico ex-presidente José ‘Pepe’ Mujica.
Estima-se que 100.000 pessoas prestaram as suas homenagens ao famoso ex-líder humilde durante dois dias de velório após a sua morte na terça-feira, aos 89 anos, vítima de cancro.
As emoções estavam à flor da pele no Palácio Legislativo, onde as pessoas formaram filas para passar pelo caixão do ex-guerrilheiro de esquerda, que foi preso durante a ditadura do país entre 1973 e 1985, mas que mais tarde ajudou a esquerda a chegar ao poder através das urnas.
Alguns dos presentes levavam flores, enquanto outros levavam a bandeira do seu partido aos ombros.
Mujica faleceu na sua fazenda nos arredores de Montevideo, ao lado da sua esposa, a também ex-guerrilheira Lucia Topolansky, de 80 anos.
O antigo Presidente José “Pepe” Mujica perdeu a vida devido a um cancro, anuncia o governo.
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Há um ano, ele foi diagnosticado com cancro do esófago, que mais tarde se espalhou para o fígado.
Lula, da mesma geração de líderes de esquerda que formaram a ‘onda rosa’ na política latino-americana no início dos anos 2000, elogiou Mujica como ‘um ser humano superior’ que ‘tentou mudar o mundo.’
O Presidente uruguaio Yamandú Orsi, herdeiro político de Mujica, e o Presidente chileno de esquerda Gabriel Boric também participaram no velório, que terminou com a interpretação coletiva do hino de libertação ‘A Don José.’
Após a cerimónia, as multidões alinharam-se nas ruas para assistir à remoção do corpo de Mujica do palácio para cremação.
As suas cinzas serão mantidas na sua fazenda.
‘Feliz com pouco’
O ativista e agricultor de discurso simples ganhou o apelido de “presidente mais pobre do mundo” durante a sua presidência de 2010-2015 por doar grande parte do seu salário à caridade, conduzir um Volkswagen Beetle azul celeste e continuar a viver uma vida simples com a sua esposa e o seu cão de três patas.
“Ensinou-nos muitas coisas – ensinou-nos a ser felizes com pouco, a não viver para as aparências”, disse à AFP Paola Martinez, uma das pessoas de luto no Palácio Legislativo.
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