Unicamp e Petrobras vão apoiar startups de alta tecnologia no setor de energia

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Petrobras lançaram projeto para a criação de startups de alta tecnologia, conhecidas como hard techs, no setor de energia. A iniciativa, que recebeu o nome de Enfuse (Entrepreneurship for Future and Susteinable Energy), terá duração de três anos e é fruto de um acordo de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) entre as organizações.

O programa busca desenvolver e validar metodologias para a formação de recursos humanos técnicos e de empreendedores, em formato que possa ser replicável em outras regiões do país. O objetivo é fortalecer a cadeia nacional de fornecedores de alta tecnologia no setor de energia, desde a indústria de óleo e gás até fontes renováveis como o hidrogênio.

“Nosso maior desafio é transformar pesquisa de ponta em soluções práticas para o setor. Se a metodologia se mostrar eficaz, ela poderá ser adotada em todo o país, ajudando o Brasil a se tornar um polo de desenvolvimento de empresas de tecnologias energéticas”, explica o professor Marcelo Souza de Castro, diretor do Centro de Estudos de Energia e Petróleo (Cepetro) da Unicamp e coordenador do projeto de PD&I.

Além das metodologias em capacitações a serem desenvolvidas e testadas, o acordo planeja incluir a concessão de bolsas acadêmicas, incubação de soluções de base científica e tecnológica e a preparação de futuros fornecedores para a indústria nacional. O programa de gestão e desenvolvimento dessas startups será integrado à formação de graduação e pós-graduação da Unicamp, com ensino de empreendedorismo tecnológico e gestão da inovação.

“Apesar do forte investimento em pesquisa no setor de energia, há um descompasso na geração de startups: das 870 deep techs no Brasil, apenas 5% atuam com energia, concentrando-se a maioria em saúde e agricultura”, observa o professor Ruy Quadros, do Instituto de Geociências (IG) da Unicamp, responsável pelo diagnóstico e mapeamento de ecossistemas de inovação dentro do projeto.

Etapas do programa

A primeira fase do programa prevê a seleção de 50 participantes, entre alunos de graduação, pós-graduação e empreendedores de diversas regiões do Brasil. Parte do trabalho inclui visitas a ecossistemas de inovação de referência em países como os Estados Unidos, China, Noruega entre outros, bem como ecossistemas nacionais, para mapear boas práticas e adaptá-las à realidade brasileira.

“Vamos analisar ecossistemas nacionais e internacionais para identificar melhores práticas e modelos de sucesso, mas também barreiras legais que dificultam o empreendedorismo no Brasil. Com essa análise comparativa, podemos sugerir melhorias na legislação, visando um ambiente mais favorável à inovação e ao desenvolvimento de novas empresas”, explica a professora Ana Frattini, pró-reitora de pesquisa da Unicamp.

Ao fim de três anos, o programa deverá ter como resultado uma metodologia validada para formação de empreendedores e um diagnóstico robusto do ecossistema nacional. A proposta poderá ser escalada para investimentos ainda maiores, com a criação de hubs regionais de inovação no setor energético, um celeiro para startups de energia.

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