O Conselho da União Europeia (UE) anunciou esta terça-feira a prorrogação da missão de treino militar em Moçambique até 30 de junho de 2026, com um orçamento previsto de 14 milhões de euros para os próximos dois anos.
Em comunicado, Bruxelas anunciou que vai também “adaptar os objetivos estratégicos da missão” por causa da alteração das circunstâncias, “transitando, assim, de um modelo de treino para um de assistência”, com aconselhamento e “treino especializado” às Forças de Reação Rápida (QRF) e as Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM).
Na sequência desta alteração estratégica, a UE vai renomear a missão para Missão de Assistência Militar da UE em Moçambique (EUMAM Mozambique), com efeito a partir de 1 de setembro de 2024.
A Missão de Treino da União Europeia em Moçambique (EUTM-MOZ), liderada por Portugal, formou mais de 1.650 militares moçambicanos das forças especiais que já combatem o terrorismo em Cabo Delgado.
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“Formamos até o momento um pouco acima dos 1.650 militares especializados em forças especiais, quer fuzileiros, quer de comandos […]. Formamos também já mais de uma centena de formadores”, detalhou o brigadeiro-general João Gonçalves, da Força Aérea Portuguesa, que lidera a EUTM-MOZ, à margem da cerimónia que antecipou, em Maputo, o dia da Europa, na quinta-feira.
“Estamos a capacitar as FADM com formadores para serem autónomos e continuarem a manter este ciclo de formação e ciclo de vida das próprias QRF [11 Forças de Reação Rápida já formadas], porque elas têm que ser regeneradas”, acrescentou, sublinhando que o treino ministrado é o “considerado adequado” pelas próprias FADM “para o tipo de insurgência” em Cabo Delgado, norte do país.
Os comandos e fuzileiros moçambicanos formados pela EUTM-MOZ já estão no terreno, numa altura em que está em curso a retirada das forças militares dos países da África austral que apoiavam Moçambique no combate ao terrorismo.
“Estamos convencidos que o treino e o número de militares que estamos a treinar é decisivo na abordagem ao conflito em Cabo Delgado”, sublinhou, reconhecendo ainda o retorno “bastante positivo” das ações no terreno destes militares.
A missão de formação EUTM-MOZ integra 119 militares de 13 Estados-membros, mais de metade de Portugal, mas tem a particularidade de integrar outros dois países, fora da União Europeia, que contribuem com um militar cada, casos da Sérvia e de Cabo Verde.
Através do Mecanismo Europeu para a Paz, a União Europeia apoiou ainda as Forças Armadas moçambicanas com 89 milhões de euros para a aquisição de equipamento não letal para as unidades treinadas pela EUTM-MOZ.
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