Torneio tem tido jogos movimentados, com bons lances e muitos gols
Lance|Do R7

Após oito partidas, o Mundial de Clubes da FIFA tem se revelado uma grata surpresa. Ao contrário da sua irmã mais velha, a tradicional Copa do Mundo de seleções, onde os jogos tem sido cada vez mais murrinhas e com as equipes se fechando com 11 jogadores atrás da linha da bola em bloco baixo, este novo torneio mostrou times “a fim de jogo”, o que sempre agrada mais aos torcedores. Estamos frente a um Mundial de puro entretenimento.
Em época de Kings League, e-games e realidade virtual, o grande desafio do futebol como espetáculo é atrair, segurar e engajar as novas gerações. E a FIFA entendeu isso, trazendo para o torneio inovações como a entrada dos jogadores em campo, a ausência dos hinos nacionais, a câmera POV do árbitro, a interação pelas redes pra votar no melhor do jogo, entre outras coisas. E os jogadores corresponderam com jogos movimentados e muitos gols.
Paris c’est ici
Eu tinha uma enorme expectativa para ver se Luis Enrique colocaria seu 11 titular contra o Atlético de Simeone, se jogaria com aquela mesma corda esticada de alta intensidade que ganhou a Champions. Pois mesmo no calor absurdo do meio dia de Pasadena, os caras estavam correndo como se estivessem em Paris. Se o PSG jogar sério assim todos os jogos, vai ser difícil não ser campeão.
Quem pode fazer frente ao PSG, do que jogaram até agora, talvez seja o Bayern de Munique. O que precisa ser absorvido da goleada contra o time semi-amador do Auckland FC é a seriedade e o foco determinado dos jogadores em massacrar os neozelandeses. Isso é respeito ao torcedor, ao adversário e à própria camisa. Os bávaros não foram passear na Disney.
Algo que se percebe nitidamente ao comparar os modelos de jogo dos times sul-americanos com os outros é como a gente gosta de jogar sem intensidade. Principalmente com a bola. Se os times brasileiros soubessem jogar com a intensidade ofensiva que os europeus jogam, seriam muito mais competitivos. E não é algo de nacionalidade, já que há brasileiros jogando por lá. É cultura de jogo mesmo.
Quando o Palmeiras imprimiu intensidade ofensiva, amassou o Porto e transformou o goleiro Cláudio Ramos em herói do jogo. O primeiro tempo do Botafogo contra o Seattle Sounders foi de almanaque: organização, criação de linhas de passe, pressão defensiva e intensidade com a bola. Parecia que o Fogão iria golear naturalmente. Foi só tirar o pé do acelerador, que o adversário cresceu e se tivesse mais 10 minutos de jogo, teria empatado. O Flamengo venceu o Esperance nas jogadas que imprimiu intensidade. Mas dos três, foi o que jogou mais “abrasileirado”, cadenciando o tempo da bola e não forçando erros dos tunisianos através da posse. Se jogar com intensidade com a bola, dá pra sonhar.
No país de Hollywood e da Broadway, divertir as pessoas é uma especialidade. Acertou a FIFA em realizar este torneio nos EUA. Com certeza veremos jogos murrinhas como na Copa do Mundo, mas a ideia de que os times estão com vontade de jogar e sem medo de arriscar, já é um alento. Vida longa a um Mundial de puro entretenimento!
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