Em comunicado, Bruxelas anunciou que vai também “adaptar os objetivos estratégicos da missão” por causa da alteração das circunstâncias, “transitando, assim, de um modelo de treino para um de assistência”, com aconselhamento e “treino especializado” às Forças de Reação Rápida (QRF) e as Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM).
Na sequência desta alteração estratégica, a UE vai renomear a missão para Missão de Assistência Militar da UE em Moçambique (EUMAM Mozambique), com efeito a partir de 01 de setembro de 2024.
A Missão de Treino da União Europeia em Moçambique (EUTM-MOZ), liderada por Portugal, formou mais de 1.650 militares moçambicanos das forças especiais que já combatem o terrorismo em Cabo Delgado.
“Formamos até o momento um pouco acima dos 1.650 militares especializados em forças especiais, quer fuzileiros, quer de comandos […]. Formamos também já mais de uma centena de formadores”, detalhou o brigadeiro-general João Gonçalves, da Força Aérea Portuguesa, que lidera a EUTM-MOZ, à margem da cerimónia que antecipou, em Maputo, o dia da Europa, na quinta-feira.
“Estamos a capacitar as FADM com formadores para serem autónomos e continuarem a manter este ciclo de formação e ciclo de vida das próprias QRF [11 Forças de Reação Rápida já formadas], porque elas têm que ser regeneradas”, acrescentou, sublinhando que o treino ministrado é o “considerado adequado” pelas próprias FADM “para o tipo de insurgência” em Cabo Delgado, norte do país.
Os comandos e fuzileiros moçambicanos formados pela EUTM-MOZ já estão no terreno, numa altura em que está em curso a retirada das forças militares dos países da África austral que apoiavam Moçambique no combate ao terrorismo.
“Estamos convencidos que o treino e o número de militares que estamos a treinar é decisivo na abordagem ao conflito em Cabo Delgado”, sublinhou, reconhecendo ainda o retorno “bastante positivo” das ações no terreno destes militares.
A missão de formação EUTM-MOZ integra 119 militares de 13 Estados-membros, mais de metade de Portugal, mas tem a particularidade de integrar outros dois países, fora da União Europeia, que contribuem com um militar cada, casos da Sérvia e de Cabo Verde.
Através do Mecanismo Europeu para a Paz, a União Europeia apoiou ainda as Forças Armadas moçambicanas com 89 milhões de euros para a aquisição de equipamento não letal para as unidades treinadas pela EUTM-MOZ.
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