Trump quer proibir a entrada nos EUA de cidadãos de Angola, Cabo Verde e São Tomé | Xenofobia

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Depois de proibir a entrada de cidadãos da Guiné Equatorial e de mais 11 países em seu território, o presidente dos Estado Unidos, Donald Trump, planeja impedir que viajantes de outras 36 nações também pisem em solo norte-americano. A lista, à qual a agência de notícias Reuters teve acesso, inclui Angola, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, que integram a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e têm fortes relações com Brasil e Portugal.

No memorando diplomático que lista os 36 países, assinado pelo Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, o Departamento de Estado ressalta uma série de preocupações em relação a essas nações e solicita medidas corretivas. “O departamento identificou 36 países que podem ser recomendados para suspensão total ou parcial de entrada (nos EUA), caso não atendam aos critérios e requisitos estabelecidos dentro de 60 dias”, assinala o documento.

Além de Angola, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, a relação dos países cujos cidadãos podem sofrer restrições totais ou parciais para entrar nos Estados Unidos incluem Antígua e Barbuda, Benin, Butão, Burkina Faso, Camboja, Camarões, Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Djibuti, Dominica, Etiópia, Egito, Gabão, Gâmbia, Gana, Quirguistão, Libéria, Maláui, Mauritânia, Níger, Nigéria, São Cristóvão e Nevis, Santa Lúcia, Senegal, Sudão do Sul, Síria, Tanzânia, Tonga, Tuvalu, Uganda, Vanuatu, Zâmbia e Zimbábue.

Justificativas para a proibição

Entre os motivos levantados pelo Departamento de Estado para ampliar a lista de países com restrições estão “a falta de um governo cooperativo para produzir documentos de identidade confiáveis, a segurança questionável dos passaportes dessas nações e a não cooperação para facilitar a remoção de seus cidadãos dos EUA quando recebem solicitações”. O governo dos EUA ressalta, ainda, que alguns desses países “permitem que seus cidadãos permaneçam por tempo excessivo com vistos americanos e que há envolvimento (de elementos) em atos de terrorismo nos EUA ou em atividades antissemitas e antiamericanas”.

O memorando observa, contudo, que nem todas essas preocupações se aplicam a todos os países listados. Procurado, o Departamento de Estado não quis comentar a relação. No início de junho, Trump assinou um decreto que proibiu a entrada de cidadãos de 12 países, afirmando que a medida era necessária para proteger os EUA contra “terroristas estrangeiros” e outras ameaças à segurança nacional. As nações incluídas nesta lista foram Afeganistão, Mianmar, Chade, Congo, Guiné Equatorial, Eritreia, Haiti, Irã, Líbia, Somália, Sudão e Iêmen.

Nessa mesma medida, o presidente norte-americano impôs restrições parciais para a entrada nos Estados Unidos de pessoas de outros sete países: Burundi, Cuba, Laos, Serra Leoa, Togo, Turcomenistão e Venezuela. Essas decisões fazem parte da política de represssão à imigração lançada por Trump no início de seu segundo mandato, que incluiu a deportação para El Salvador de centenas de venezuelanos suspeitos de serem membros de gangues e gestões para negar matrículas a alguns estudantes estrangeiros em universidades dos EUA e deportar outros.

Durante seu primeiro mandato, Trump anunciou um banimento de viajantes de sete países de maioria muçulmana, política que passou por várias versões antes de ser confirmada pela Suprema Corte norte-americana, em 2018.

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