O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou, nesta quarta-feira, 26, que reverterá “as concessões” feitas à Venezuela por Joe Biden em novembro de 2022, que permitiram à petrolífera Chevron a atuar no sul do país latino.
O acordo de transação petrolífera está vinculado a “condições eleitorais dentro da Venezuela, que não foram cumpridas pelo regime de [o mandatário Nicolás] Maduro”, afirmou Trump em sua rede, Truth Social. Washington não reconhece a reeleição de Maduro e apoia o exilado Edmundo González Urrutia, que reivindica vitória nas eleições presidenciais de julho do ano passado.
Trump também acusa o regime do ditador chavista de não aceitar migrantes venezuelanos em situação irregular no ritmo “que haviam acordado”.
O presidente da Chevron na Venezuela, Javier La Rosa, à esquerda, em uma cerimônia de assinatura de acordo entre a Venezuela e a Chevron, em Caracas, em dezembro de 2022. Foto: Matias Delacroix/AP, arquivo
Em novembro de 2022, governo do presidente democrata Biden aliviou algumas sanções petrolíferas que haviam sido impostas à Venezuela três anos antes, durante o primeiro mandato de Trump, em um esforço para apoiar as negociações entre Maduro e a oposição. Naquele dia, o Departamento do Tesouro permitiu que a Chevron retomasse a produção de forma “limitada” na Venezuela.
Biden reimpôs boa parte das sanções ao petróleo e ao gás venezuelano em abril de 2024, após Maduro descumprir seus compromissos eleitorais, mas manteve licenças individuais para algumas petroleiras, a exemplo da Chevron.
Após retornar ao poder em 20 de janeiro, Trump enviou um emissário a Caracas, Richard Grenell, que voltou da Venezuela com seis prisioneiros americanos e a promessa, segundo Washington, de que o regime de Maduro aceitaria os imigrantes venezuelanos em situação irregular expulsos pelos Estados Unidos.
“O regime não transportou os criminosos violentos que enviaram ao nosso país […] de volta à Venezuela no ritmo rápido que haviam acordado”, afirmou Trump nesta quarta-feira. “Portanto, ordeno que o ineficaz e não cumprido ‘Acordo de Concessão’ de Biden seja rescindido a partir da opção de renovação de 1º de março”, concluiu.
A reação da Venezuela foi rápida: “Rejeitamos categoricamente esse tipo de ação solicitada publicamente pela oposição extremista e fracassada do país”, disse a vice-presidente e ministra de Hidrocarbonetos, Delcy Rodriguez, em um comunicado, que descreveu a decisão como “prejudicial e inexplicável”.
Em comunicado, a Chevron afirmou que estava analisando as “implicações” da decisão do magnata republicano, que no dia de sua posse alertou que os Estados Unidos “provavelmente” deixariam de comprar petróleo da Venezuela./AFP.
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