Treze trabalhadores de uma das maiores mineradoras do Peru foram encontrados mortos dentro de uma mina de ouro na província de Pataz, no noroeste do país sul-americano, dias depois de serem sequestrados, informaram neste domingo (4) as autoridades locais.
A mineração, motor econômico vital no Peru, vem desencadeando uma corrida do ouro em Pataz, um dos maiores centros produtores do metal precioso na América Latina. A província está em estado de emergência desde 2024 graças à escalada da violência causada pelo garimpo ilegal.
“Depois de intensa busca, a equipe de resgate policial recuperou os corpos dos 13 trabalhadores que foram sequestrados por garimpeiros ilegais em conluio com o crime organizado”, disse em comunicado a mineradora Poderosa, onde trabalhavam os mineiros mortos e proprietária da mina onde seus corpos foram localizados.
A Poderosa vem sendo alvo de grupos de garimpeiros armados que buscam controlar a exploração de ouro em Pataz, uma província remota a 900 quilômetros de distância da capital, Lima. Ao todo, 39 funcionários da empresa foram mortos na região nos últimos meses.
“A espiral de violência descontrolada que vive Pataz acontece apesar da declaração do estado de emergência e da presença de um importante contingente policial que, lamentavelmente, não tem conseguido impedir a deterioração das condições de segurança”, concluiu a Poderosa.
Segundo a agência de notícias AFP, os corpos dos trabalhadores foram soterrados dentro da mina em uma tentativa de ocultação dos cadáveres.
O governo da presidente Dina Boluarte ordenou que unidades de elite da polícia peruana especializadas em combate ao crime organizado atuem na investigação para capturar os responsáveis. “Nossos agentes têm permissão de fazer uso de suas armas de fogo se as circunstâncias assim exigirem, em estrito cumprimento da lei”, disse o Ministério do Interior em nota.
“Precisamos recuperar a governabilidade, a ordem e a paz em Pataz. O que acontece ali é inaceitável”, disse o ministro de Energia e Minas, Jorge Luis Montero, à imprensa local.
“Mataram e torturaram meu irmão e seus colegas. Como é possível que a polícia nada tenha feito? Se passou uma semana desde seu sequestro”, disse à imprensa local Emilia Rospigliosi, irmã de um dos mineiros mortos, César Rospigliosi.
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