Enrique López, que chegou em janeiro após dois anos no Suriname, conta que escolheu vir pela facilidade para comprar e enviar dólares aos seus familiares em Cuba, a rapidez para conseguir os documentos e o idioma compartilhado.
Aos seus 54 anos, lhe sobra entusiasmo para começar de novo: “Hoje derrubei uma laje (telhado) de uma casa velha e ganhei 1.900 pesos (cerca de 45 dólares)”, aponta.
Disse que seus filhos em Mayabeque “estão loucos para vir”. “É muito ruim, muito ruim em Cuba. Não há eletricidade, não há comida, não há nada, nada”, se lamenta.
A escassez de alimentos, medicamentos, combustível e uma inflação galopante impulsionam a crise migratória de Cuba, submersa em sua pior crise econômica em 30 anos. Segundo dados oficiais, até dezembro de 2024, o país contava com 9,7 milhões de habitantes, 13,4% a menos dos 11,2 milhões em 2012.
Grande parte partiu para os Estados Unidos, onde entre janeiro de 2022 e dezembro de 2024 foram registrados perto de 760.000 entradas de cubanos, legal ou ilegalmente. Mas o retorno em janeiro de Donald Trump na Casa Branca, com sua feroz política anti-imigração, desestimulou muitos.
Ir atrás do “American Dream” é também mais perigoso e mais custoso: segundo Pupo, pode custar até 10.000 dólares (58 mil reais) por pessoa, frente a 3.200 dólares (18 mil reais) da “rota do sul”.
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