Tem como parar os brasileiros na Libertadores? Pequeno estreante mostrou o caminho

A classificação para a fase mata-mata da Libertadores foi um passeio para Palmeiras e São Paulo. Para os outros — Botafogo, Flamengo, Fortaleza, Internacional — foi um sofrimento, um flerte com desastre. 

O caso do Flamengo beira o incrível. Não seria nenhum exagero chegar à conclusão que, no balanço dos seis jogos, nem merecida foi. Isso tem importância? Na verdade, não. É impossível ganhar a Libertadores na fase de grupos. Mas dá para perdê-la. 

Uma ‘nova’ Libertadores a partir de agosto

Todos os clubes que passaram pelo filtro estão vivos para buscar o título. A partir de agosto, inicia um outro campeonato.  

Com a possibilidade de contratar reforços, a tendência é para os fortes ficarem ainda mais fortes — e a história dos últimos anos mostra claramente quem são os fortes. 

A Libertadores está virando — já virou? — quase uma réplica da Copa do Brasil. De onde poderia sair a ameaça? 

River Plate e Racing, ambos da Argentina, com certeza. Atlético Nacional, da Colômbia, — talvez. Os outros times? Difícil imaginar.

Heredia comemora gol do Central Córdoba (Foto: Divulgação/Central Córdoba)

Emblemático foi o jogo de terça-feira, Botafogo contra Universidad de Chile. Os visitantes estavam precisando somente de um empate, e jogaram mais do que uma hora contra dez homens.

Mesmo assim, La U sucumbiu timidamente para uma derrota de 1 a 0. Um amigo me escreveu depois do jogo, indicando aulas de matemática para os chilenos, porque “não entenderam que um a mais é vantagem.”

Creio que o problema não seja matemática, mas de outras disciplinas. A equipe chilena sabia muito bem que estava com uma vantagem, mas faltou as ferramentas técnicos e físicos para aproveitar dela.

Tentando defender contra Artur e, especialmente, contra Igor Jesus, a Universidad de Chile pareceu um time sub-15 lutando em vão contra adultos, liliputianos contra um Gulliver alvinegro — uma consequência clara de abismo financeiro que abriu entre os clubes brasileiros e o resto do continente.

Se tiver esperança para uma Libertadores vagamente competitiva, pode ser que o Central Córdoba mostre um caminho. 

O estreante argentino foi eliminado pelo Flamengo no saldo de gols, apesar de empatar com o gigante carioca em casa e sair do Maracanã com uma vitória histórica.

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Central Córdoba mostra o caminho?

Omar De Felippe é o técnico do Central Córdoba desde julho de 2024 e responsável por levar o clube de Santiago del Estero a participação inédita na Libertadores
Omar De Felippe é o técnico do Central Córdoba desde julho de 2024 e responsável por levar o clube de Santiago del Estero a participação inédita na Libertadores. Foto: Imago

Como um time tão modesto conseguiu tal proeza? Temos que reconhecer que usou bastante cera. Levou perto do limite a tolerância do juiz para esfriar o ritmo do jogo. Mas isso em si nunca seria suficiente. 

Em seus momentos, o Central Córdoba quis jogar também. Compacto, em bloco, circulou a bola com sabedoria, disfrutando a oportunidade de criar uma impressão positiva num palco tão famoso. 

E, crucialmente, contou com um par de pontas lépidas e rapidinhos, sempre oferecendo uma chance de ganhar as costas da defesa do Flamengo. 

Para o time mais fraco, essa velocidade é fundamental. Sem ela, não tem como sair da pressão do forte. Com ela, dá para ligar um retranco teimoso com lampejos de perigo. E, num dia feliz, pode ser suficiente.

Podemos concluir que o Central Córdoba venceu o Flamengo com uma mistura judiciosa de jogo e anti-jogo, e que isso pode ser a única saída para a maioria dos times se esforçando para impedir um sétimo título consecutivo da Libertadores para o futebol brasileiro.


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