Tecnologia solar chinesa ajuda a iluminar campo de refugiados no Quênia-Xinhua

Foto aérea tirada por drone em 19 de junho de 2024 mostra painéis solares no campo de refugiados de Kakuma em Turkana, Quênia. (Xinhua/Wang Guansen)

Turkana, Quênia, 30 jun (Xinhua) — No extenso campo de refugiados de Kakuma, localizado no noroeste do Quênia, uma seção se destaca por ser bem iluminada em meio à tranquilidade do crepúsculo que se aproxima.

Os residentes do campo de refugiados de Kakuma são beneficiários da energia verde que está prontamente disponível graças a uma mini-rede que se tornou possível graças à tecnologia solar da China.

Vasco Hamisi, que fugiu da República Democrática do Congo (RDC) em 2010 e foi parar no campo de refugiados de Kakuma, está desempenhando um papel fundamental para garantir que o campo de refugiados tenha acesso à energia renovável, apesar de não estar conectado à rede elétrica principal do país.

Hamisi, pai de dois filhos, foi inspirado pelo sol abundante da região durante todo o ano para explorar o uso de painéis solares. Inicialmente, ele não tinha o financiamento para realizar seu sonho de iluminar seu campo de refugiados, que abriga cerca de 288.000 refugiados de nove países, incluindo Sudão do Sul, Etiópia, Burundi e RDC.

Sua descoberta veio em 2018, quando ele participou de um concurso de financiamento de projetos e foi um dos vencedores que se qualificaram para receber financiamento para seus projetos verdes.

Hamisi recebeu um financiamento de cerca de US$ 275.000 para financiar o desenvolvimento de uma usina de energia solar, a Okapi Green Energy, no campo de refugiados.

“Comecei a procurar uma solução viável para fornecer eletricidade e descobri que a China desenvolveu uma tecnologia acessível e confiável para converter a luz do sol em eletricidade”, disse Hamisi durante uma entrevista recente à Xinhua no Campo de Refugiados de Kakuma.

Depois de receber todas as aprovações necessárias de órgãos governamentais, como a Autoridade Reguladora de Energia e Petróleo, a Autoridade Nacional de Gestão Ambiental e o governo do condado de Turkana, ele começou a trabalhar.

Por meio de sua Okapi Green Energy, Hamisi comprou painéis solares e outros acessórios relacionados da empresa chinesa Jinko Solar para estabelecer uma usina de energia de 20 quilowatts e começou a conectar o campo de refugiados à eletricidade em 2021.

“Até o momento, tenho 150 residências e 50 empresas como clientes da minha mini-rede de eletricidade no campo de refugiados de Kakuma”, disse Hamisi.

Devido ao enorme sucesso do projeto, ele está atualmente em negociações com a Xiamen Hithium Energy Storage Technology Co., Ltd, na Província de Fujian, no leste da China, que é uma fabricante de baterias estacionárias, para expandir sua instalação de geração de eletricidade para atingir 2,4 megawatts nos próximos meses.

Um dos beneficiários do projeto de energia verde é Desantos Theophile Byizigiro, que administra uma bem-sucedida casa de entretenimento no campo de refugiados de Kakuma.

O refugiado ruandês fugiu de sua terra natal em 1997 e veio para o Quênia em busca de pastagens mais verdes.

Byizigiro disse que antes de se conectar à usina solar, ele dependia de um gerador que era muito caro e inconveniente para seus clientes.

“O gerador produzia muita fumaça e ruído, o que interferia no conforto dos meus clientes”, disse Byizigiro.

Ele revelou que, desde que foi conectado à rede de eletricidade solar, suas margens de lucro aumentaram, mesmo com a redução do custo da eletricidade de 2.000 xelins (15,5 dólares americanos) por dia para US$3,9. 

Foto aérea tirada por drone em 19 de junho de 2024 mostra uma vista do campo de refugiados de Kakuma em Turkana, Quênia. (Xinhua/Wang Guansen)

Vasco Hamisi verifica o equipamento de energia solar no campo de refugiados de Kakuma, em Turkana, Quênia, em 19 de junho de 2024. (Xinhua/Wang Guansen)

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