O método é considerado fundamental para diagnósticos precoces de problemas que podem levar à perda total da visão
Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) descobriram que o uso da óptica adaptativa pode identificar danos à retina antes que os primeiros sintomas apareçam. A técnica ainda é pouco difundida no Brasil e permite observar alterações celulares.
A partir desta tecnologia é possível gerar imagens da retina com resolução comparável a de análises de microscopia. O método ainda fornece informações muito precisas sobre a densidade e o espaçamento dos cones, algo que os exames convencionais não conseguem captar.
Pacientes passaram por análises específicas
- Durante o trabalho foram analisadas 18 mulheres usuárias de hidroxicloroquina com dose acumulada superior a 1.600g, sem qualquer sinal de retinopatia nos exames tradicionais.
- Elas foram comparadas a 18 mulheres saudáveis, sem uso da medicação.
- Todas as participantes passaram por exames oftalmológicos completos, incluindo mensuração da acuidade visual, comprimento axial dos olhos, refração e dilatação da pupila.
- As imagens captadas pela óptica adaptativa foram registradas em dois pontos específicos da retina.
- Esses locais foram escolhidos por serem os primeiros a apresentar sinais de dano na retinopatia induzida por hidroxicloroquina.
- As informações são do Jornal da USP.

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Diagnóstico precoce pode evitar perda da visão
A equipe ainda levou em conta algumas variáveis que pudessem interferir nos resultados, como idade, refração ocular e comprimento axial dos olhos. Isso garantiu uma maior robustez na comparação entre os grupos.
As descobertas indicam que o processo de toxicidade retiniana pode começar de forma silenciosa, antes mesmo das primeiras manifestações observadas por exames clássicos. Isso significa que é possível identificar a condição de forma precoce.

Apesar das conclusões dos cientistas, ainda não é possível garantir que os danos identificados na retina possam ser revertidos. No entanto, sem um diagnóstico, a toxicidade pode continuar aumentando, causando a perda total da visão, por exemplo.

Colaboração para o Olhar Digital
Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.
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