Pesquisadores em Hong Kong estão na vanguarda de uma inovação que promete transformar o setor de climatização. Eles desenvolveram um sistema de ar-condicionado que opera sem a necessidade de fluidos refrigerantes, uma mudança que pode reduzir significativamente o impacto ambiental dos sistemas de resfriamento tradicionais. Com o aumento da demanda por refrigeração devido ao aquecimento global, soluções sustentáveis são mais necessárias do que nunca.
Os sistemas de ar-condicionado convencionais são conhecidos por seu alto consumo de energia e uso de fluidos que podem ser prejudiciais ao meio ambiente. A nova tecnologia, desenvolvida pela Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong, utiliza um sistema elastocalórico. Este sistema inovador aproveita o efeito termomecânico, que gera variação de temperatura quando materiais específicos são submetidos a estresse mecânico.
O funcionamento do sistema elastocalórico
Historicamente, criar um sistema de refrigeração eficiente baseado no efeito elastocalórico foi um desafio. Muitos protótipos não conseguiram alcançar a escala necessária para aplicações práticas em grandes ambientes. No entanto, a equipe de Hong Kong superou essas barreiras, desenvolvendo um sistema capaz de resfriar ambientes inteiros com eficiência.
O sistema desenvolvido é composto por unidades de resfriamento que utilizam ligas de níquel-titânio. Estas ligas são submetidas a ciclos de compressão e descompressão, resultando em mudanças de temperatura que permitem o resfriamento do ambiente. Este método elimina a necessidade de fluidos refrigerantes, que são tradicionalmente usados para transferir calor em sistemas convencionais.
Inovações e desafios superados

Um dos principais desafios superados pelos pesquisadores foi melhorar a eficiência da transferência de calor. Para isso, eles adotaram um design multicelular, conectando várias unidades de resfriamento. Cada unidade é composta por tubos finos que facilitam a troca de calor, aumentando a eficiência do sistema.
Além disso, a equipe substituiu a água destilada, comumente usada em sistemas de resfriamento, por um nanofluido de grafeno. Este material inovador melhora a condução de calor, aumentando ainda mais o desempenho do sistema. Durante os testes, o dispositivo demonstrou uma capacidade de resfriamento significativa, alcançando resultados promissores em termos de eficiência energética.
Perspectivas futuras para a tecnologia de refrigeração
Os resultados dos testes indicam que o sistema é capaz de resfriar ambientes rapidamente, demonstrando seu potencial para aplicações comerciais. A equipe de pesquisa está agora focada em parcerias com a indústria para acelerar a comercialização desta tecnologia inovadora.
Com regulamentações cada vez mais rigorosas sobre o uso de hidrofluorcarbonetos, a adoção de sistemas de resfriamento sem emissões se torna uma prioridade. Esta tecnologia emergente não só promete reduzir o impacto ambiental, mas também pode contribuir significativamente para a neutralidade de carbono no setor de climatização.
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