A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi acusada pelo governo do Paraguai de ações hackers contra o sistema do país. A suspeita é que a invasão tenha ocorrido durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) e continuou até o início do governo Lula (PT). Santiago Peña, presidente paraguaio, afirma que a denúncia de espionagem da Abin “abre velhas feridas” entre os países. A declaração foi dada na última sexta-feira, 4.
Santiago Peña havia solicitado a presença do embaixador do Brasil no Paraguai, José Antonio Marcondes, no início da semana. A solicitação do porta-voz serviu para conceder esclarecimentos sobre as acusações de invasão cibernética. Também foi necessário que um funcionário da Abin prestasse depoimento à Polícia Federal.
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Segundo as investigações do Ministério Público do Paraguai, a intenção com a espionagem era obter informações sobre as tarifas negociadas na Usina Hidrelétrica de Itaipu. Atualmente, a empresa é binacional, recebendo a administração dos dois países. Devido a suspeita de invasão no sistema, o presidente paraguaio suspendeu as negociações com o Brasil sobre as tarifas de Itaipu.
Para o chefe de estado do Paraguai, a ação de espionagem também dificulta as relações dos países no Mercosul, visto que ambos os territórios são bem vistos perante aos demais e os trâmites entre os governos sempre pareceram amigáveis. Em entrevista, o presidente declarou que esse tipo de ataque são comuns vindos de países como a China e que não contava com esse tipo de atitude vindo do Brasil.
Quais são as “velhas feridas”
O presidente do Paraguai, ao citar “velhas feridas”, faz referência à Guerra do Paraguai. Ocorrida no século XIX, o impasse territorial foi entre Paraguai e a chamada “Tríplice Aliança”, que são os territórios do Brasil, Uruguai e Argentina.
Comandada por Solano Lopez, o confronto ficou conhecido como o mais sangrento da América do Sul. Lopez buscava expandir o País, porém o confronto foi devastador para a região que não era tão forte em guerrilha.
O conflito, que durou 6 anos, terminou com o Brasil vitorioso e Paraguai com a população drasticamente reduzida.
O que diz o governo brasileiro
O governo Lula negou qualquer acusação de espionagem no período que presidiu o Brasil. O presidente destacou que a acusação faz parte da gestão anterior.
Em nota oficial, o Palácio do Itamaraty frisou a parceria do Paraguai com o Brasil em relação ao Mercosul, ao dizer “Negamos qualquer envolvimento em ação de inteligência noticiada contra o Paraguai, país membro do Mercosul, com o qual o Brasil mantém relações históricas e justas relações”.
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