A posição da Frente Social, que engloba os sindicatos dos dois setores, é a resposta “à falta de cumprimento de um memorando” assinado com o Governo no passado mês de março e que o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, prometeu “mandar fazer cumprir” no passado mês de maio, afirmou Yoyo João Correia.
Sissoco Embaló pediu, no dia 15 de maio último, que a Frente Social suspendesse a greve geral então convocada para que o Governo pudesse encontrar solução para as reivindicações dos sindicatos.
“Tendo em conta o não cumprimento por parte do Governo, mais uma vez a Frente Social é obrigada a entrar com um novo pré-aviso de greve, que deve iniciar na próxima segunda-feira, como forma de pressionar o Governo no sentido de cumprir com o memorando de entendimento”, afirmou Yoyo João Correia.
O compromisso, disse o sindicalista, seria pagar, pelo menos, nove meses de salários em atraso aos profissionais da saúde “que já estão há um ano e meio sem salário, e continuar a pagar nos meses seguintes”.
No caderno reivindicativo, a Frente Social denuncia que os chamados novos ingressos no setor da saúde estão há 17 meses sem receber salário, exige o cumprimento da lei para as nomeações de diretores de escolas e hospitais e ainda melhorias de condições de serviço.
As greves também têm como finalidade exigir o pagamento de um conjunto de subsídios consagrados na lei, mas que os profissionais de saúde e educação não têm recebido, segundo a Frente Social.
A plataforma exige igualmente que se esclareça a denúncia da Ordem dos Enfermeiros da Guiné-Bissau, segundo as quais vários profissionais daquele ramo da atividade médica teriam sido colocados no sistema sem estarem habilitados com carteira profissional.
O porta-voz da Frente Social exortou os funcionários dos dois setores a manterem a unidade para que possam, de uma só voz, pressionar o Governo e desta forma ter melhores salários e condições laborais.
“Só unidos é que podemos resgatar alguma coisa, que podemos ter melhores salários, melhores condições laborais, ver melhores salários a serem pagos, mas também podermos ter conquistas de outras condições importantes no mundo laboral”, destacou João Correia.
A acontecer, a greve marcada para começar na segunda-feira será a quinta vaga de paralisações promovidas pela Frente Social nos últimos 16 meses.
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