Serra de Leba. Uma das estradas mais emblemáticas e desafiantes de Angola tem 30 curvas – NiT

Serra de Leba. Uma das estradas mais emblemáticas e desafiantes de Angola tem 30 curvas

A rodovia que marca a paisagem da região de Lubango e foi construída nos anos 70, durante o período colonial português.

Cidades com reminiscências do colonialismo português, paisagens naturais intocadas e quedas de água que impressionam qualquer um. Ninguém fica indiferente à beleza de Angola, um dos países mais fascinantes de África, com uma forte ligação a Portugal.

Um dos sítios mais incríveis (e ainda ligeiramente desconhecido para os turistas) é Lubango, a segunda maior cidade angolana em termos de população. Situada num planalto íngreme, a 1.760 metros acima do nível do mar, a sua localização dá origem a uma das paisagens mais incríveis de Angola.

Em tempos, a cidade da província de Huíla era conhecida como Sá da Bandeira — em homenagem ao ex-presidente do Conselho de Ministros de Portugal — e foi um importante local de povoamento para os portugueses a partir de 1885. Foi precisamente durante o período colonial que se construiu aquela que é hoje uma das maiores obras de engenharia do país: a estrada da Serra da Leba.

A formação montanhosa entre Huíla e Namibe, por si só, já é uma verdadeira atração, com picos que atingem cerca de 2.650 metros. No entanto, o grande destaque é mesmo a estrada, considerada uma das mais emblemáticas do país.

Com curvas fechadas e acentuadas que oferecem uma vista incrível das paisagens, é conhecida pela sua construção desafiadora. Considerada uma das mais notáveis obras de engenharia de Angola, começou a ser construída nos anos 70, durante o período colonial português, para ligar Lubango à cidade portuária de Namibe.

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A via, contudo, começou a ser pensada quase quatro décadas antes, na época da consolidação do poder português no sul de Angola. A ideia de construir uma estrada que facilitasse o transporte de alimentos, tropas e bens essenciais entre o centro e o sul do país partiu do general português Pereira de Eça, mas o projeto só ficou concluído por volta de 1973.

Durante a guerra civil angolana, que se seguiu à independência do país em 1975, a rodovia sofreu alguns danos, com muitos dos troços a ser destruídos ou danificados por conflitos. Após o conflito, o governo iniciou esforços para restaurar a estrada, que continua a ser um símbolo de resiliência e beleza natural.

A estrada sai do planalto da Huíla e desce 1.600 metros ao longo dos 20 quilómetros seguintes. O percurso é feito através de cerca de 30 curvas vertiginosas e os viajantes acompanham a mudança da paisagem, com a vegetação verde a transformar-se nas areias áridas do Namibe, um dos desertos mais antigos do mundo.

Embora seja considerada uma grande obra de engenharia no seu tempo, enfrenta desafios constantes devido ao desgaste natural causado pelas condições climáticas e pela geografia montanhosa. A estrada, muitas vezes estreita e com percursos perigosos, exige cuidado redobrado dos motoristas, principalmente em dias de chuva, quando as condições se tornam mais adversas.

Um dos melhores lugares para avistar este cenário imponente, cheio de curvas e contracurvas, como se de uma serpente se tratasse, é o miradouro da Leba, a mais de mil metros de altitude. A beleza absoluta do lugar carimba a Serra da Leba como um dos grandes cartões-postais de Angola.

Como lá chegar

Para percorrer a estrada sinuosa de Angola, o melhor é voar para Lubango. Não há voos diretos para o destino, pelo que terá de fazer escala em Luanda. Se partir de Lisboa, encontra bilhetes de ida e volta desde 720€. Caso apanhe o avião no Porto ou em Faro, há voos a partir de 746€ e 1.034€, respetivamente.

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