A seca que atinge a Bacia do Rio Paraguai, no Pantanal, é uma ameaça real à segurança hídrica de municípios dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O novo boletim de monitoramento, divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), indica que os níveis dos rios devem alcançar os menores valores já registrados para o período.
A seca que atinge a Bacia do Rio Paraguai, no Pantanal, é uma ameaça real à segurança hídrica de municípios dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O novo boletim de monitoramento, divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), indica que os níveis dos rios devem alcançar os menores valores já registrados para o período.
De acordo com o boletim, a situação é crítica desde o município de Cáceres (MT), que fica localizado próximo às nascentes do rio, até a região de Porto Murtinho (MS), na saída do curso de água do território brasileiro. No município mato-grossense, a cota verificada em 10/7 foi de 70 cm. Essa marca está 1,3 m abaixo do esperado para a época do ano, que seria de 2,00 m. Em Porto Murtinho, por sua vez, a diferença é ainda maior. Na mesma data, a estação marcou a cota de 1,73 m, sendo que a média histórica é de 5,28 m. Esse valor está 3,55 m abaixo da referência para o período.
“Temos níveis próximos ou abaixo das mínimas históricas para o período em praticamente todas as estações monitoradas na bacia”, alerta o pesquisador em geociências do SGB, Mauro Campos Trindade.
Na última semana, o acumulado de chuva na Bacia do Rio Paraguai foi insignificante (2 mm). O boletim ainda aponta que os trechos de Barra do Bugres (MT), Cáceres (MT) e Miranda (MS) já apresentam os níveis mais baixos registrados no histórico de monitoramento para o mês.
Secas e chuvas que atingem o Brasil e várias áreas tropicais do planeta ilustram a alteração das condições normais de temperatura e preocupa a comunidade científica mundial que vem acompanhando a situação rara.
O ano 2024 iniciou com a ação de dois padrões climáticos opostos ligados a episódios extremos do clima: os fenômenos El Niño e La Niña. Os cientistas observam a intensidade dos fenômenos e seu impacto na temperatura, não somente pelos danos humanos e materiais causados. Uma das constatações é que os choques climáticos estão agravando em nível global.
Este janeiro, a OMM confirmou que a temperatura global média anual excedeu os níveis pré-industriais em 1,45°C. Os meses de julho e agosto tiveram altas excepcionais e novos recordes foram estabelecidos entre junho e dezembro.
A agência da ONU convocou os países para a aplicação de medidas rápidas de mitigação e ao compromisso na tomada de decisões políticas para o alcance das metas climáticas do Acordo de Paris.
Fonte: Agência Gov
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