Segundo as fontes, trata-se de uma nova operação desencadeada pelo MP no âmbito da “operação pensionista” que investiga o desvio de cerca de quatro milhões de euros de créditos da Segurança Social.
A fonte não revelou os objetivos da nova operação, mas adiantou que mais detalhes serão revelados brevemente.
Hoje foram feitas buscas e apreensões no Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) entre as 10:00 e as 11:00 locais (mais uma em Lisboa), numa ação liderada por dois procuradores do MP e com meia dezena de inspetores da Polícia Judiciária e agentes da Polícia Nacional que chegaram às instalações do MNE, em duas carinhas com as luzes das sirenes ativadas, enquanto decorria uma reunião entre a chefe da diplomacia são-tomense e os cônsules honorários.
Os procuradores queriam entrar no gabinete da ministra, mas não o fizeram após conversações com o secretário-geral do referido ministério enquanto a ministra presidia à reunião com os cônsules.
Após várias entradas e saídas em gabinetes do MNE, os elementos do MP e da PJ levaram consigo várias pastas de documentos.
Questionada pela Lusa, a ministra dos Negócios Estrangeiros são-tomense disse desconhecer a causa das buscas e apreensões, presumindo que “trata-se de um processo judicial e, de acordo com as regras, não têm que comunicar” as suas ações.
“Não tenho informação sobre o processo, nem de que processo se trata, mas sei que é uma investigação em curso com autoridades competentes e só temos é que colaborar”, precisou Ilza Amado Vaz, que até janeiro foi ministra da Justiça de São Tomé e Príncipe.
Por outro lado, a MNE são-tomense descartou problemas relacionados com a emissão de passaportes.
“Não deve haver problemas com a gestão de passaportes. Há uma lei que regula e os procedimentos têm sido cumpridos”, assegurou Ilza Amado Vaz.
Segundo fontes judiciárias, além do MNE, a buscas e apreensões têm decorrido em vários ministérios, incluindo os da Defesa e da Educação, entre outros.
No âmbito da “operação pensionista”, desde finais de março foram constituídas arguidas seis pessoas, estando quatro em prisão preventiva e duas com proibição de se ausentar do país.
O MP não revelou a identidade dos arguidos, mas fontes judiciárias disseram à Lusa que o principal arguido, que está em prisão preventiva, é um funcionário do Banco Internacional de São Tomé e Príncipe (BISTP), cantor e empresário.
O MP anunciou que “na posse dos detidos foram aprendidas cerca de 10 viaturas de alta cilindrada, sendo algumas delas de topo de gama, diversos relógios de marcas de luxo, diversos objetos em ouro, enormes quantidades de dinheiro em espécie, um estúdio de televisão com diversos equipamentos, e vários documentos, objetos e matéria probatória, que irá ser analisada”.
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