As autoridades coloniais decidiram, em 1876, pesquisar petróleo em São Tomé e Príncipe, mas só em finais de 1960 iniciou o processo de exploração em terra.
Em 1975, o país tornou-se independente, e a pesquisa em terra foi retomada, em 1989. A partir de 1997, as atenções viraram para a exploração off shore com a presença de várias empresas de experiência mundial.
Perante as expectativas de existência de petróleo no alto mar, nos anos seguintes o arquipélago iniciou o processo de delimitação das fronteiras marítimas com o Gabão e a Guiné Equatorial, e criação de uma zona de exploração conjunta com a Nigéria face à contradições entre as duas partes.
Passados 27 anos de negociações, assinatura de contratos, pesquisas e perfuração de poços petrolíferos, na semana passada, o primeiro-ministro do arquipélago, Patrice Trovoada anunciou que, nos próximos cinco a dez anos, o arquipélago rodeado de países produtores também poderá começar a extrair petróleo.
A Galp Energy é uma das empresas com participação nalguns blocos da zona económica exclusiva são-tomense.
“Trata-se de um projecto de risco. Já perfuramos um poço, Jaca, onde provamos a existência de um sistema petrolífero ativo e agora estamos à procura de outras áreas, onde provavelmente teremos acumulações comerciais, mas ainda são momentos de estudo”, diz Adriano Bastos, representante da Galp garantindo novas perfurações para os próximos anos e salvaguardando que o processo ainda pode demorar uma década até a extração do primeiro barril de petróleo.
Combater a corrupção
Por seu lado, Osvaldo Abreu, antigo ministro das Infraestruturas e Recursos Naturais, especialista em geociência, diz à VOA que é grande a possibilidade de a operadora do bloco Jaca encontrar petróleo em quantidade comerciável, depois da primeira perfuração realizada, em 2022.
“A perfuração deste bloco confirma a existência de três rochas que indicam a existência de petróleo de boa qualidade”, diz Abreu lamentando “a má gestão de informações sobre o processo de exploração petrolífera, o que gerou no ano 2000 grandes expetativas, não consolidadas, e consequentemente a descrença da população”.
O ex-governante, que recentemente publicou um livro sobre as expetativas do petróleo em São Tomé e Príncipe mantém o otimismo quanto à existência de hidrocarbonetos em quantidades comerciáveis e alerta para os aspetos negativos da provável chegada do petróleo.
“Temos que estar preparados com instituições fortes e credíveis para combater a corrupção, má gestão, o surgimento de grupos associados a empresas fantasmas, porque depois pode acontecer o que temos assistido noutras paragens – a divisão entre classes e pessoas na sociedade que depois torna-se insustentável”, alerta.
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