Quem é o presidente que está no poder há mais de 45 anos? – Noticias R7

Com quase meio século no comando da Guiné Equatorial, trajetória de Teodoro Obiang revela quando o apego ao poder fala mais alto que o compromisso com as pessoas

Teodoro Obiang Nguema Mbasogo é o chefe de Estado mais antigo do continente africano e um dos ditadores mais brutais do mundo Domínio Público

Quase meio século governando um país. Essa é a realidade que a Guiné Equatorial vive com Teodoro Obiang Nguema Mbasogo desde 1979. Após derrubar o próprio tio em um golpe, o então presidente se mantém no poder com eleições simbólicas, repressão interna e um culto à personalidade digno de impérios antigos.

Esse teve tempo para melhorar a região onde vive, porém, isso não aconteceu. Apesar de ter descoberto grandes reservas de petróleo nos anos 1990 — o que poderia ter transformado a Guiné Equatorial em um exemplo de desenvolvimento na África — o país pouco avançou em qualidade de vida para sua população. A riqueza gerada pelos recursos naturais ficou concentrada nas mãos da elite política, especialmente na família de Obiang.

Enquanto mansões, carros de luxo e contas milionárias no exterior foram atribuídas ao clã presidencial, a maioria dos cidadãos segue sem acesso adequado à saúde, educação e saneamento básico.

Organizações como a Human Rights Watch e a Anistia Internacional denunciam violações de direitos humanos, censura à imprensa, perseguição a opositores e tortura em prisões. Ou seja, após mais de quatro décadas de governo, a Guiné Equatorial permanece entre os países mais desiguais e autoritários do mundo — uma promessa de prosperidade que nunca chegou de fato à sua população.

Esse é apenas um exemplo dentre tantos outros atuais. Outro muito conhecido é Muammar Gaddafi, que governou a Líbia por 42 anos, de 1969 a 2011. Ele chegou ao comando por meio de um golpe militar e manteve o controle com repressão e culto à personalidade. Seu regime caiu após a Primavera Árabe, em 2011.

Vladimir Putin também integra essa lista. Está no poder na Rússia desde 1999, alternando entre presidente e primeiro-ministro. Em 2020, aprovou mudanças constitucionais que podem garantir sua permanência até 2036. Embora diga publicamente que “chegará o momento de um sucessor”, controla de forma tão rígida o ambiente político que é difícil imaginar uma transição realmente livre.

Manipulação por meio do medo

Eu entendo que, para melhorar uma sociedade, quatro anos de fato não são suficientes. É preciso tempo para reorganizar toda uma estrutura de um país. Mas o grande problema é que os homens normalmente são apegados ao poder. E isso é uma doença que atinge diferentes áreas, que vão desde a política até meios empresariais, familiares, entre outros.

A história mostra isso. E o discurso é sempre o mesmo — estabilidade, progresso, missão inacabada — mas a realidade muitas vezes revela um projeto de perpetuação pessoal, e não de renovação.

A pessoa se acostuma a se sentir superior aos outros, a mandar, a ser tratada como um “deus” — e não quer largar a posição. E tudo isso só mostra que, ao fim, não está realmente preocupada em mudar ou melhorar o cenário do cargo que ocupa, mas sim em mascarar a realidade para manter sua permanência.

O poder tem, para quem não tem estrutura emocional, um efeito embriagante. O problema aumenta quando esse vício vira um risco coletivo. Democracias se fragilizam, as pessoas perdem voz, e o futuro vira refém de um único nome.

Então, vale questionar: os líderes estão lutando por melhorias ou apenas não querem largar o poder?

A verdade é que quem não consegue dar valor às pessoas, preparar substitutos ou até sair de cena quando necessário talvez nunca tenha entendido o verdadeiro papel de um líder.

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