Quase 12 anos desaparecido no Peru, jovem de Brasília foi fazer mochilão e não voltou; ‘não sinto que esteja vivo’, diz mãe | Distrito Federal
Pistas desconexas, ameaças veladas, investigações sem resultado e muitas dúvidas rondam a família (veja detalhes abaixo). O jovem segue na lista de pessoas desaparecidas da Interpol.
“Não sinto que esteja vivo, perdido ou que raptaram ele. Desde o princípio, meu coração sentia que não estava vivo”, diz Susana Paschoali, mãe de Artur.
Susana Paschoali diz ainda que a frustração é uma das maiores dores. “Você sabe que poderia ser diferente, mas não teve possibilidades”, afirma.
“Tentamos muito, vendemos coisas, fiquei cinco meses, meu ex-marido ficou quase três anos indo e voltando. […] É como se a gente achasse que poderia saber algo, mas não nos foi permitido”, diz a mãe de Artur.
Susana, que se mudou para Portugal, conta que ao tentar se proteger da dor encontrou conforto na religião. “Eu já vi o Artur algumas vezes. Quando íamos para o Peru, no dia 31 de dezembro, no meu aniversário, fiz uma prece e senti ele me abraçando. Ali eu disse para o meu ex-marido que ele morreu”, afirma Susana.
Ela acredita que o filho tenha morrido dias após a última mensagem, em dezembro de 2012. Por outro lado, o ex-marido dela, e pai de Artur, acha que o filho está vivo, segundo Susana.
Artur Paschoali viajou para o Peru com um grupo de amigos em setembro de 2012, aos 19 anos. O jovem decidiu estender a viagem e desapareceu no dia 21 de dezembro.
Ele estava trabalhando no vilarejo de Santa Teresa, localizado perto de Machu Picchu, e decidiu ficar mais uma semana na região (veja no mapa abaixo o local do vilarejo).
“Ele falou que estava tudo bem e que estava quase virando gerente de um hostel”, lembra a mãe, Susana Paschoali.
Esta foi a última mensagem enviada por Artur para a mãe, no dia 20 de dezembro. Durante a viagem, ele se comunicava com os pais somente por meio do Facebook.
Sem ter mais notícias, a família ligou para albergues da cidade de Santa Teresa, e o dono de um hostel avisou que tinha um jovem desaparecido na região. Os pais embarcaram para o Peru no dia 31 de dezembro de 2012.
Susana relembra que, sem apoio da polícia e das autoridades peruanas e brasileiras, levou o caso para a imprensa. Ela e o ex-marido ficaram quatro meses no Peru depois do desaparecimento do filho.
Ela conta que sofreram ameaças de morte, mas não desistiram da busca. Eles recebiam informações anonimamente de pessoas da região.
“O povo da cidade queria nos ajudar, mas a gente sempre esbarrava em uma determinação policial ou em alguém que tivesse o poder na região”, diz Susana Paschoali.
Veja a linha do tempo do desaparecimento de Artur Paschoali:
- 20 de dezembro de 2012: Artur envia a última mensagem para a mãe pelo Facebook
- 21 de dezembro de 2012: Jovem desaparece
- 31 de dezembro de 2012: Pais de Artur embarcam para o Peru
- Janeiro a maio de 2013: Pais procuram o filho na região
- De 2013 a 2016: Pai viaja para o Peru em diferentes momentos para participar de investigação
Quem era Artur Paschoali?
A mãe diz que o filho era extremamente carinhoso. Em um Dia das Mães, ele estava em uma viagem com colegas e enviou uma mensagem para Susana dizendo que todos os dias eram dela. “O jeitinho dele era muito amoroso. Chegava perto e já abraçava”, diz Susana.
O jovem, que era apaixonado por viagens, em 2024, estaria com 31 anos. “Eu sinto que ele era um menino aberto, zen, ele era muito do mundo”, diz a mãe.
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