Quando o carisma vira tecnologia ancestral brasileira

Imagine receber um convite para uma festa onde a indicação de vestimenta é ser a sua melhor versão. Black tie pra quê? Que tal não precisar se encaixar no padrão de sempre para conseguir entrar? Que tal se permitir e experimentar possíveis versões de você? Está valendo o longo? Sim, e também os turbantes. Os cocares e o urucum, os búzios, os jeans e os dreads. Todos fazem parte das identidades do Brasil. Quer luxo maior que a diversidade sem hierarquias?

Pense que nessa festa você pode dançar até o chão sem medo de ser julgada. Você pode rir e se emocionar com os encontros por lá. Seus risos e suas lágrimas não precisam pedir licença. Nessa celebração, você se sente segura, acolhida e respeitada. Ninguém vai mexer no seu cabelo achando “diferente demais”. Afinal, esse espaço concentra a maioria que se sente assim no dia a dia.

Essa festa é tão bonita que, quando você está lá, não quer que acabe. A energia é ancestral. Não dá para explicar. É de arrepiar. Faz rir e faz chorar de alegria. Faz bem ver pessoas negras e indígenas sendo celebradas no plural. E isso precisa ser mais comum por aí.

Esse foi o “after party” do Prêmio Sim à Igualdade Racial, gravado há alguns dias e que vai ao ar hoje, no YouTube do Instituto Identidades do Brasil, o ID_BR, e no “Fantástico”, da TV Globo.

Mais do que uma festa, o Prêmio Sim é um espaço de celebração viva e cheia de vida. Uma das virtudes mais bonitas de estar vivo é justamente esta: reconhecer e homenagear, em vida, quem faz a diferença. Gente que abre caminhos, que inspira e que arrasta com seu exemplo. Gente que mantém a floresta de pé. E que nos faz pensar: “Queria fazer igual”. Igual não dá, e que bom! Cada trajetória é única. Mas se inspirar e fazer do nosso jeito? Isso é poderoso.

Mergulhar em histórias plurais é um privilégio. Elas nos mostram que somos muitos. No palco do Prêmio Sim, há finalistas como Itamar Vieira Junior, Thaís Kokama, Neguinho da Beija-Flor, Cacica Valdelice, Cida Bento… Gente que existe, resiste, transforma e inspira todos os dias.

No Prêmio Sim à Igualdade Racial não há vencedores únicos. Há destaques. Há encontros. Há reconhecimento mútuo — dos bastidores a quem está à frente das câmeras. Ver essas narrativas ganharem palco e luz é um ato de justiça. Letrar-se sobre elas é abrir o coração e a razão.

O tema do Prêmio deste ano é carisma. Mas não qualquer carisma. O carisma como magnetismo que abre espaço. O carisma que a gente celebra não é só presença. É ação com coração.

Homenagear quem faz isso é resistir ao silenciamento. É afirmar que nossas histórias merecem ser celebradas agora, não só no rodapé da História. É criar memória viva, compartilhada. É fazer do afeto uma força política.

Sim à igualdade racial é sinônimo de dizer sim ao carisma — tecnologia ancestral que nós, brasileiros, temos de sobra.

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