Qualidade de vida da mulher moderna: Especialista destaca o equilíbrio entre múltiplos papéis | De Olho na Cidade – Programa De Olho na Cidade notícias de Feira de Santana – Bahia
A mulher moderna, que acumula múltiplas funções, enfrenta desafios diários para manter esse equilíbrio.

Em um mundo onde a mulher conquista cada vez mais espaços, o conceito de qualidade de vida evoluiu. Antes, estar saudável significava apenas a ausência de doenças, mas hoje essa definição se tornou multifatorial. Segundo a Dra. Anne Stephany, médica do estilo de vida e especialista em nutrologia, clínica esportiva, medicina do sono e medicina sexual, a Organização Mundial da Saúde (OMS) entende qualidade de vida como um contexto biopsicossocial e, atualmente, também espiritual.
“Hoje, qualidade de vida é reflexo de um contexto. Nós chamávamos as doenças maiores como hipertensão, diabetes, infarto e câncer de macrodoenças, mas agora entendemos que a qualidade de vida também depende dos micro adoecimentos da vida diária, que são fatores que já começam a ser vivenciados desde o útero da mãe. Antes de nascer, a criança pode sentir reflexos do que a mãe viveu, como estresse, traumas ou tristeza”, explica a especialista.
A mulher moderna, que acumula múltiplas funções, enfrenta desafios diários para manter esse equilíbrio.
“Ela trabalha, estuda, cuida dos filhos, da casa, precisa gerir funcionárias, fazer mercado, ser esposa, comparecer a eventos sociais, ir à academia… Mas qual a matemática que fecha essas 24 horas?”, questiona a Dra. Anne. Segundo ela, a parceria com o homem moderno é essencial para que essa mulher não se sinta sobrecarregada. “Se ele não entende esses novos desafios, ele não é um parceiro e isso se torna um novo problema para a qualidade de vida dessa mulher”.
A médica ressalta que, historicamente, a mulher era vista como responsável pelo lar e pelos filhos, enquanto o homem trabalhava fora.
“Hoje, esse homem precisa entender que também é sua responsabilidade levar os filhos para a escola, ao médico e dividir as tarefas domésticas”, enfatiza. A resistência a essa mudança ainda gera conflitos, afetando relacionamentos e contribuindo para rupturas matrimoniais. “Recebo mulheres no consultório que nunca tiveram um orgasmo, o que mostra o quanto a sexualidade feminina ainda é um tema sensível. A mulher moderna quer viver sua intimidade, ter diálogo e parceria”.
O impacto dessa sobrecarga na saúde é evidente. “Quando ela percebe, já está afogada em responsabilidades. Para de se cuidar, engorda, perde o desejo sexual, se estressa. Isso afeta sua autoestima, o casamento e, consequentemente, a família”. Segundo a Dra. Anne, esse ciclo de exaustão é um dos motivos para tantos divórcios e relações fracassadas. “Às vezes, é mais fácil terminar do que tentar resolver”.
Diante desse cenário, a médica compartilha sua própria experiência na busca por equilíbrio. “As pessoas me perguntam como dou conta de tudo e minha resposta é: quem disse que eu dou conta? A primeira coisa que fiz foi fortalecer minha espiritualidade. Antes, eu dizia que não tinha tempo para nada. Quando passei a ter tempo para Deus, passei a ter tempo para tudo. Ele organiza minha vida”, conclui.
Com um olhar atento para a saúde da mulher moderna, a Dra. Anne defende que qualidade de vida é um estado de equilíbrio entre todas as esferas da vida: emocional, física, espiritual e social.
“O mês de março não é para exaltar quem é melhor, mas para trazer equilíbrio à sociedade e mostrar a importância da mulher em todos os aspectos”.
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