“Previsões indicam que se manterá mais algumas semanas”. A culpa da (ainda muita) chuva em Portugal e Espanha é das correntes de jato

Enquanto Portugal e Espanha registam bons níveis de água nas albufeiras, a seca na Escandinávia e em países como Alemanha e Países Baixos está a agravar-se

Não tem faltado água a Portugal este ano.

Dados da APA do mês de abril sobre o volume de água nas barragens dão conta de uma situação pouco vista nos últimos anos: só as albufeiras da bacia hidrográfica do rio Mira, a 58% da capacidade, e do Barlavento, com 60%, é que apresentam um volume de água armazenada inferior a 84%.

Na vizinha Espanha, o cenário não é diferente. De acordo com dados do Ministério espanhol da Transição Ecológica, citados pelo El País, o primeiro quadrimestre de 2025 foi o oitavo mais chuvoso desde 1961.

No norte da Europa, a situação muda radicalmente de figura, com a seca a afetar regiões e países pouco habituados a lidar com a escassez de água nesta altura do ano, como a Escandinávia, a Alemanha e os Países Baixos.

A juntar à seca vêm as altas temperaturas. Segundo o jornal espanhol, em algumas cidades do norte de França, como Paris e Lille, os termómetros atingiram os 30 graus celsius, cerca de 10 graus acima do habitual.

A chegada do verão preocupa os líderes destes países, uma vez que as reservas de água já começam a escassear.

Ao El País, Shaun Harrigam, do Centro de Previões Meteorológicas a Médio Prazo, explica o que está por detrás deste fenómeno: as correntes de jato.

Por norma, estes fluxos de ar que viajam a alta velocidade entre os nove e os 16 quilómetros de altitude provocam chuvas nas Ilhas Britânicas e no norte da Europa no geral durante os meses mais frios. No entanto, desde fevereiro, algo mudou.

“A corrente desceu e está a causar alta pressão sobre a Irlanda e o Reino Unido, o que é conhecido como bloqueio de alta pressão”, explica Harrigan. Esse bloqueio faz com que as correntes de jato desçam e impactem a Península Ibérica, Itália e os Balcãs.

Harrigan sublinha ao El País que esta situação, apesar de já ter ocorrido noutros anos, é diferente do habitual devido à persistência do fenómeno. “As previsões indicam que esta tendência se manterá durante mais algumas semanas e é difícil dizer quando voltará ao normal”, referiu.

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