Presidente do Uruguai denuncia “inaceitável” genocídio e exige entrada de alimentos em Gaza

“Se há algo de que o povo de Gaza precisa não são anúncios”, afirmou Orsi, frisando ser necessário garantir que os alimentos cheguem à população (AFP)

Para enfrentar o agravamento da catástrofe humanitária na Faixa de Gaza sitiada, Yamandú Orsi convocou uma ampla campanha de arrecadação de leite em pó e arroz

O presidente do Uruguai, Yamandú Orsi, qualificou de “inaceitável” a continuidade do genocídio perpetrado pelos israelenses na Faixa de Gaza desde outubro de 2023, e convocou a que se faça uma ampla campanha de arrecadação de alimentos para enfrentar a catástrofe humanitária que atinge os palestinos.

Orsi disse compartilhar da estratégia da Organização das Nações Unidas (ONU) para Gaza, incluindo o fornecimento de alimentos básicos à população do território sitiado, e frisou que seu governo pretende enviar uma ajuda emergencial, já que “os palestinos necessitam de mais ações e menos palavras”.

“Vou dizer algo muito mais concreto: como posso apoiar essa população. Temos algumas alternativas: temos leite em pó e arroz. Estamos buscando maneiras de entregá-los corretamente e garantir que o apoio realmente chegue ao seu destino”, defendeu o presidente uruguaio, diante dos inúmeros obstáculos impostos pelos sionistas para que Gaza receba o alimento enviado. “Se há algo de que o povo de Gaza precisa não são anúncios; podemos encher nossos bolsos com anúncios”, ressaltou Orsi, reiterando que “o que a ONU está propondo é um caminho para a paz”, que vem sendo boicotado constantemente pela agressão ininterrupta de Israel.

O Ministro das Relações Exteriores, Mario Lubetkin, também manifestou “a solidariedade do governo uruguaio pela crise humanitária que vive Gaza, fruto do massacre, especialmente da população civil e a dramática situação na Cisjordânia”. “Concordamos que um cessar-fogo imediato e uma solução permanente são urgentes e necessários. A existência de dois Estados é o único caminho para uma paz estável e duradoura”, acrescentou.

Para o secretário da Presidência, Pacha Sánchez, “o que está acontecendo em território palestino é bárbaro e deve ser condenado”. “Mantemos nossa posição histórica de que a solução para este conflito é a paz e a criação de dois Estados, um palestino e um israelense. Muito trabalho é necessário para isso; declarações não bastam”, destacou.

De acordo com a ministra de Defesa do Uruguai, Sandra Lazo, o presidente, o chanceler e o gabinete como um todo estão analisando essas questões, pois a matança em Gaza “saiu do controle” e a fome avança de forma assustadora.

“O voto do Uruguai teve muito a ver com o surgimento do Estado de Israel em 1948, mas não esqueçamos que, em 2011, também teve muito a ver com o reconhecimento do Estado Palestino. Então, quero deixar isso bem claro, porque o Uruguai tem uma posição séria como Estado, que me faz acolher a todos, mas também é uma posição que não desequilibra a balança e não deveria desequilibrá-la”, frisou a ministra.

FRENTE AMPLA CONDENA “CRIMES CONTRA A HUMANIDADE”

Força política que dá sustentação ao governo, a Frente Ampla emitiu uma declaração fazendo “um apelo aos ativistas e ao povo em geral para promover e pedir ações em defesa dos direitos humanos do povo palestino, seu direito legítimo de existir, e para condenar os crimes contra a humanidade e o genocídio cometidos contra a Palestina pelo governo israelense liderado por Netanyahu”.

A ideia é realizar ações “de forma pacífica e organizada” para apoiar o governo Orsi “na tomada de medidas que defendam o fim do massacre, a entrada irrestrita de ajuda humanitária, o respeito aos direitos humanos, às organizações internacionais e à paz”.

O terrorismo de Estado israelense em Gaza assassinou até o momento ao menos 54.607 palestinos, a maioria mulheres e crianças, e deixou outros 125.341 feridos, segundo o último relatório do Ministério da Saúde do enclave.

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