Pré-diabetes tem reversão? Entenda como o estilo de vida pode prevenir o diabetes tipo 2

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, o pré-diabetes é um estado intermediário entre a normoglicemia e o diabetes tipo 2, caracterizado por níveis de glicose no sangue acima do ideal, mas ainda abaixo dos critérios diagnósticos para diabetes. A condição está diretamente relacionada à resistência à insulina — um distúrbio em que as células do corpo não respondem adequadamente à ação desse hormônio —, sendo um dos principais preditores do desenvolvimento do diabetes tipo 2 nos anos seguintes.

Embora muitos acreditem que o diagnóstico seja uma sentença irreversível, a verdade é que o pré-diabetes pode ser revertido com mudanças consistentes no estilo de vida. O National Institutes of Health (NIH) e a Mayo Clinic são claros ao afirmar: é possível reverter o quadro com uma combinação de alimentação balanceada, prática regular de exercícios físicos, emagrecimento sustentável e, em alguns casos, uso de medicamentos sob orientação profissional.

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Estima-se que, sem intervenção, até 70% dos indivíduos com pré-diabetes evoluam para diabetes tipo 2 ao longo de uma década. No entanto, estudos mostram que a redução de 5% a 10% do peso corporal e a inclusão de atividade física regular podem reduzir esse risco em mais de 58% (Diabetes Prevention Program, NIH). A resistência à insulina, apesar de multifatorial, é fortemente influenciada por maus hábitos alimentares, sedentarismo e acúmulo de gordura visceral — um dos grandes marcadores de risco cardiometabólico.

Veja abaixo as estratégias mais recomendadas para reverter o pré-diabetes:

  • Evite alimentos ultraprocessados. Quanto mais ingredientes difíceis de pronunciar no rótulo, maior a chance de estarem carregados de aditivos, açúcares ocultos e gorduras ruins. Priorize alimentos in natura e integrais, reduza a ingestão de carboidratos simples e aumente o consumo de fibras alimentares, vegetais e leguminosas.
  • Fuja do sedentarismo. O exercício físico atua como um segundo agente hipoglicemiante. Durante a contração muscular, o organismo utiliza glicose de forma independente da ação da insulina. Assim, treinar regularmente melhora a sensibilidade à insulina e reduz os níveis de glicose mesmo horas após o treino. A American Diabetes Association (ADA) recomenda entre 150 a 300 minutos semanais de atividade física moderada, que podem incluir caminhada rápida, natação, bicicleta ou musculação combinada com funcional.
  • Emagreça com estratégia. A redução de gordura corporal, especialmente na região abdominal, tem efeito direto na melhora da resistência à insulina. Mas cuidado com dietas restritivas e efeito sanfona. Foque em um plano alimentar individualizado, com déficit calórico progressivo e reeducação alimentar orientada por nutricionista.
  • Reduza a carga glicêmica das refeições. Combine fontes de gordura boa (azeite, oleaginosas, sementes) com frutas, e evite alimentos com alto índice glicêmico em refeições isoladas. Fracionar as refeições pode ajudar no controle da liberação de insulina e na saciedade.
  • Evite gorduras trans. Presentes em alimentos industrializados, essas gorduras aumentam triglicerídeos e LDL-colesterol, reduzindo o HDL. Estão associadas ao aumento da inflamação e ao risco cardiovascular.
  • Cuide do sono e da apneia. A apneia do sono está relacionada à resistência à insulina e ao aumento do risco metabólico. Se você ronca, acorda cansado ou tem pausas respiratórias noturnas, procure orientação médica. A qualidade do sono impacta diretamente os níveis de cortisol, glicemia e fome.
  • Hidrate-se adequadamente. Beber água ajuda no metabolismo da glicose e evita o consumo de bebidas açucaradas como refrigerantes e sucos industrializados. A substituição por água é uma estratégia simples e eficiente para o controle glicêmico.

Adotar essas medidas de forma consistente pode devolver os níveis glicêmicos à normalidade e evitar o desenvolvimento de uma condição crônica que, uma vez instalada, exige controle contínuo. O pré-diabetes não é um destino: é um alerta. E a melhor resposta a esse alerta é a ação.

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