prática de atividade física na terceira idade ajuda a envelhecer com autonomia

Entre um saque e outro, o professor aposentado Euclides Fedatto, de 79 anos, não está cuidando apenas da técnica ao jogar tênis nas quadras do parque Marinha do Brasil, em Porto Alegre. O morador do bairro Independência está também mantendo o bem-estar e a saúde em um dos momentos em que isso é mais importante, proporcionando maior autonomia e qualidade de vida na terceira idade.

O idoso conta que começou a jogar tênis há cerca de 10 anos, praticando duas vezes por semana, assim como musculação. Ele aponta que o esporte o ajudou a ter mais autonomia e mobilidade. Ao vê-lo jogando nas quadras do parque Marinha do Brasil, poucas pessoas apostariam que o idoso de 79 anos, correndo de um lado para o outro da cancha, já passou por duas cirurgias de implantação de próteses no quadril.

“Eu jogava futebol, mas parei. Por isso vim para o tênis e estou satisfeito. É uma atividade muito boa, que me ajuda muito na mobilidade, na noção de espaço e na força da musculatura. Isso tudo é muito importante para a minha idade, para ter uma qualidade de vida melhor. Se eu não estivesse praticando, certamente estaria mais travado. Mas é importante começar cedo. Tenho amigos que tentaram iniciar mais tarde e ficou mais complicado, com alguns até desistindo de praticar atividades físicas”, contou o aposentado.

De acordo com o médico Alexander Daudt, oncologista e coordenador do Centro de Medicina de Estilo de Vida e Longevidade Saudável do Hospital Moinhos de Vento, a prática da atividade física na terceira idade agrega diversos benefícios, principalmente na prevenção de doenças. Além disso, ele explica que a busca por uma melhor qualidade de vida na velhice passa por escolhas comportamentais.

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Para Daudt, os seis pilares da medicina do estilo de vida, que trabalha justamente a partir de escolhas de comportamentos saudáveis, são essenciais para um envelhecimento com qualidade de vida. Os pilares são sono adequado, alimentação balanceada, controle do estresse, controle do uso de substâncias (como álcool e tabaco), prática de atividades físicas e conectividade (relações sociais e contato com a natureza). O médico destaca o potencial da realização de algum esporte ou atividade, mas reforça a importância do trabalho integrado em todos os pilares.

“A atividade física faz o que nenhum remédio é capaz de fazer, que é a diminuição do risco de recaída em algumas doenças. A mensagem importante é que a atividade física, substituindo um comportamento sedentário, é capaz de nos ajudar independente se temos ou não alguma condição de saúde. Se eu faço uma caminhada em um parque, perto da natureza, minha pressão começa a baixar, meu ritmo cardíaco entra em um estado mais tranquilo. Sair da faixa do sedentarismo para uma atividade light, por exemplo, já reduz 25% do risco de depressão”, citou.

No organismo da pessoa idosa, Daudt explica que o sedentarismo faz com que o corpo produza inflamações que podem provocar condições favoráveis para o desenvolvimento das doenças mais comuns atualmente, como diabetes, câncer, doenças cardiovasculares, e Alzheimer, por exemplo. Por isso, ele reforça a importância de uma mudança de comportamento por parte do paciente, principalmente em idosos ativos, para buscar uma velhice com qualidade de vida.

“O importante é pensar naquilo que é mais motivador para ele. No motivo pelo qual a pessoa quer ter saúde e o propósito para aproveitar essa saúde. Muitos aguardam pela pílula mágica quando, na verdade, o grande remédio está nelas mesmo. Está nas escolhas diárias que fazem. E essas escolhas são fundamentais para que os idosos não só ganhem anos de vida, mas ganhem vida nos seus próximos anos”, finalizou o médico.


Mauro Schaefer

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Bem estar, atividade física na terceira idade


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