O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, afirmou hoje ter ordenado o envio de médicos militares para o Simão Mendes, principal hospital do país, onde, esta semana, o pessoal médico está em greve.
Sissoco Embaló fez este anúncio em declarações aos jornalistas no aeroporto de Bissau, de regresso ao país após viagens à Letónia, França, Hong Kong, Macau e Malásia.
O Presidente guineense reagia às críticas da Frente Social, que agrupa sindicatos de profissionais da saúde e da educação, segundo as quais as autoridades colocaram médicos militares no Hospital Simão Mendes, em Bissau, “ao invés de dialogarem com os sindicatos em greve”.
“Ordenei aos médicos militares para prestar serviço no Simão Mendes na minha qualidade de Comandante Supremo das Forças de Defesa e Segurança. Os médicos militares vão continuar a prestar serviço no Simão Mendes para capacitar os seus colegas”, declarou Sissoco Embaló.
O Presidente guineense afirmou que, desde que é chefe de Estado (2020), foram formados médicos especialistas militares que atualmente são em maior número do que os civis.
A Frente Social criticou a medida e hoje a Liga Guineense dos Direitos Humanos considerou-a insustentável e apelou ao Governo a dialogar com os sindicatos em greve.
Sobre a greve nos setores da saúde e da educação, Umaro Sissoco Embaló afirmou ser “incompreensível” e lembrou que, enquanto primeiro-ministro, em 2018, pagou “todas as dívidas em atraso”, que era o motivo das reivindicações.
“A Polícia Judiciária e o Ministério Público vão ter de averiguar todos os pagamentos então feitos. Se há dívidas, têm de ser saldadas, mas, caso contrário, as pessoas serão chamadas à responsabilidade. Não podemos ser reféns dos sindicatos”, declarou Sissoco Embaló.
O Presidente guineense alertou que o país tem compromissos orçamentais a respeitar com o Fundo Monetário Internacional (FMI), ao abrigo dos quais não se pode falar em aumentos de salários, nem para o próprio, enquanto chefe de Estado.
“Há regras”, frisou Umaro Sissoco Embaló.
Entre outros motivos, a greve convocada pela Frente Social visa reivindicar o pagamento de 17 meses de salários aos técnicos da saúde, vários subsídios em atraso, melhoria de condições laborais e ainda a cessação de nomeações, pelo Governo, de responsáveis com base em critérios de filiação partidária.
lusa/HN
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