PR guineense acredita que ex-aliados vão estar com ele na reeleição


Umaro Sissoco Embaló transmitiu essa confiança à Lusa numa entrevista em que abordou, sem restrições, todos os temas da atualidade política, económica e social da Guiné-Bissau nos últimos cinco anos.


Embaló disse ser “claro” que se recandidata nas presidenciais de novembro e reafirmou que vai ganhar “à primeira volta” com o apoio de Nuno Nabiam, Braima Camará e Fernando Dias, três dos principais rostos da sua oposição.


Nas eleições presidenciais de 2019, Embaló contou com os apoios de Nabiam, Camará e Dias, mas, entretanto, os três afastaram-se do seu campo político e criaram a Aliança Patriótica Inclusiva (API) `Cabas Garandi` (Cabaça Grande).


“Os que me tinham apoiado em 2019 não têm outro candidato senão Umaro Sissoco Embaló. Não têm outro caminho, a solução do país é Umaro Sissoco Embaló”, enfatizou.


Segundo Embaló, a confiança de que vai ganhar as próximas eleições é sustentada também pelos apoios de novos aliados que está a criar para um escrutínio simultâneo, legislativas e presidenciais.


Em novembro de 2024, Embaló adiou as legislativas antecipadas, devido à dissolução do parlamento em dezembro de 2023, por falta de condições técnicas e financeiras, mas garantiu que em novembro próximo os dois escrutínios vão mesmo acontecer.


Dando o exemplo de Portugal, onde o Presidente, Marcelo Rebelo de Sousa, dissolveu o parlamento por três vezes, Umaro Sissoco Embaló afirmou não entender porque se diz que há crise na Guiné-Bissau quando se toma a mesma decisão.


Para Embaló, não é aceitável que se diga que as circunstâncias de dissolução do parlamento nos dois países são diferentes, salientando que decorre dos poderes que os dois chefes de Estado têm a partir da Constituição.


Independentemente de o seu mandato terminar em fevereiro passado (como afirma a oposição, tomando como referência a sua tomada de posse) ou setembro próximo (como é seu entendimento, face à decisão judicial que lhe atribuiu a vitória), Embaló lembrou que a Constituição guineense determina que as eleições presidenciais se façam entre outubro e novembro decorridos cinco anos da eleição do Presidente.


Salientando que a situação não é nova na Guiné-Bissau, o chefe de Estado invocou uma decisão judicial de 2019 que deu razão ao então Presidente da República, José Mário Vaz, sobre o período do fim do seu mandato.


Para Embaló, toda a polémica suscitada pela oposição sobre o assunto “é apenas barulho” e lembrou que a mesma o chamou de autoproclamado quando assumiu a presidência guineense, em fevereiro de 2020, e agora o considera Presidente cessante.


Acrescentou que não se importa com os epítetos, por ser “o único interlocutor” do país.


Umaro Sissoco Embaló também afirmou não se importar com o que vai dizendo o seu principal opositor na Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, que é líder do PAIGC e presidente eleito do parlamento, entretanto demitido do cargo.


Para Embaló, “Simões Pereira é um falhado, alguém que não aceita os resultados eleitorais”, numa referência à contestação eleitoral movida pelo seu opositor em 2019.


Considerou igualmente falhada a missão de uma delegação política da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO), que esteve em Bissau em fevereiro e que o Presidente guineense expulsou do país por se ter “desviado do roteiro inicial”.


A missão tentou aproximar as partes desavindas, Presidente e oposição, sobre o calendário eleitoral, mas Embaló não gostou que tenha auscultado os seus opositores.


“A Guiné-Bissau é um país soberano, a CEDEAO não é soberana”, sublinhou Sissoco Embaló, que disse desconhecer qualquer constrangimento resultante da decisão de expulsão da missão, a qual ainda não divulgou conclusões.

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