PR destaca estudo dos ecossistemas de profundidade nas águas cabo-verdianas como “enorme contributo” para o futuro do país

José Maria Neves enfatizou esses contributos à imprensa após a visita realizada hoje ao navio Meteor, na Baía do Inferno, nas encostas da comunidade de Porto Mosquito, no concelho da Ribeira Grande de Santiago.

“O futuro de Cabo Verde está no mar. E agora aqui no barco Meteor, que também está a fazer pesquisas em águas profundas em Cabo Verde, estão a descobrir toda a biodiversidade marinha, revelando toda a riqueza de Cabo Verde”, disse o mais alto magistrado da Nação.

Com estas investigações sublinhou que são novas possibilidades para redescobrir caminhos para continuar a transformar e a modernizar Cabo Verde.

Para o líder da expedição do Navio Meteor,Henk-Jan Hoving, Cabo Verde tem muitas riquezas no mar, que precisam ser investigadas.

“Encontramos muitas espécies diferentes e ainda estamos analisando as espécies que coletamos e observamos. É possível que tenhamos encontrado novas espécies para Cabo Verde, além de registos inéditos de animais que nunca haviam sido observados aqui antes. Então, sim, é muito rico em biodiversidade”, afirmou.

Destacou que um dos principais objectivos das suas investigações é mapear o fundo do mar, isto porque, explicou, as grandes partes da zona económica exclusiva de Cabo Verde ainda são “desconhecidas” em termos de profundidade e morfologia.

Outro objectivo é estudar a biodiversidade, quais os animais vivem no fundo do mar e na coluna de água, e como essas comunidades se organizam.

Além disso, o líder da expedição sublinhou que quer entender como esses animais interagem nas cadeias alimentares, ou seja, quem come quem.

“Isso tem relação com a pesca comercial em Cabo Verde, já que muitos atuns e outros grandes peixes se alimentam na coluna de água média, e estamos estudando justamente essas espécies que servem de presa”, reforçou.

Explicou ainda que nesta expedição vão ter a oportunidade de coletar dados de referência sobre a biodiversidade das águas de Cabo Verde, que podem contribuir, no futuro, para a proteção de áreas marinhas no país.

“Esse é um dos nossos principais objectivos: fornecer informações diversificadas que possam ser usadas em gestão e esforços de conservação, porque essa é uma parte crucial da nossa missão. Estamos investindo no futuro para proteger os ambientes únicos do oceano de Cabo Verde”, sublinhou.

O RV METEOR, operado pelo centro de investigação alemão GEOMAR, está actualmente em missão nas águas cabo-verdianas para estudar ecossistemas de profundidade, com foco em áreas como o Tarrafal de Monte Trigo (Santo Antão), a Baía do Inferno e o vulcão submarino Cadamosto (a 1.380 metros de profundidade, sul da Brava).

A campanha visa mapear a biodiversidade marinha, analisar corais de profundidade e recolher dados cruciais para a gestão sustentável dos recursos marinhos, reforçando a cooperação científica entre Cabo Verde e a Alemanha.

Esta expedição utiliza tecnologia de ponta, incluindo veículos operados remotamente (ROVs), câmaras de alto mar e sensores oceanográficos, permitindo avanços no conhecimento de zonas até agora pouco exploradas. A bordo, participam investigadores cabo-verdianos, incluindo representantes da Universidade Técnica do Atlântico (UTA) e das ONGs Vitó e Biosfera, destacando o carácter estratégico desta parceria para a economia azul do país.

Inforpress

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