Português na Venezuela: “Há vontade de mudança, mas as eleições não são livres”

Não há eleições livres na Venezuela. É o que defende um português a viver no país há mais de 50 anos, que falou com a Renascença na véspera das eleições presidenciais, que decorrem este domingo.

Diamantino Rodrigues, natural de Santo Tirso, vive no país da América do Sul há 51 anos, e é dono do restaurante de comida portuguesa “Tasca Caribe”, em Caracas.

No menu do restaurante, nas mãos de Diamantino há 43 anos, há cozido à portuguesa, pastéis de bacalhau ou feijoada. Na cabeça de Diamantino há o sonho de que a oposição possa derrubar o regime de Nicolás Maduro, mas o português não acredita em resultados fiáveis.

“A esperança de mudar é se ganhar a oposição, mas se eles não os deixam ganhar, dizem que não… O que é que vão fazer? Eles é que mandam em tudo, tem o tribunal deles, a assembleia é deles, o Conselho Nacional é deles, tudo. Todos os poderes são deles, os militares estão com eles, que quer que lhe diga? Isso é impossível”, conclui Diamantino Rodrigues.

Diamantino acredita que há vontade de mudar, mas diz que o regime não vai permitir.

“Vou ser sincero, não vejo nada bonito, deve ganhar Maria Corina Machado, mas sabe que aqui esta gente é muito estranha”, conta. Questionado se acredita em eleições livres este domingo, Diamantino é claro: “Não, senhor. Nada disso”.

Como proprietário de um restaurante, Diamantino Rodrigues acredita que é prejudicado por não haver uma verdadeira democracia na Venezuela. “Não sou só eu, somos todos”, explica, acrescentando que “só os que estão com o governo é que estão bem”.

Num clima de enorme instabilidade, as sondagens fazem sonhar a oposição com uma mudança no regime. Ao mesmo tempo, o presidente Nicolás Maduro ameaça com um “banho de sangue” caso perca as eleições deste domingo.

As presidenciais na Venezuela contam com cerca de 21 milhões de eleitores inscritos. A verdadeira luta eleitoral vai ser entre o incumbente, Nicolás Maduro, que sucedeu a Hugo Chávez, e Edmundo Gonzalez.

Gonzalez não foi a primeira escolha. A principal opositora a Maduro era Maria Corina Machado, que foi impedida de se candidatar.

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