Portugal lidera prioridade à construção sustentável, mas faltam ações concretas – Ambiental

A construção sustentável é, cada vez mais, uma prioridade partilhada por profissionais, instituições e cidadãos. Em Portugal, essa urgência é particularmente evidente, segundo a 3.ª edição do Barómetro da Construção Sustentável, promovido pela Saint-Gobain. O estudo, com mais de 30 mil inquiridos em 27 países, revela um dado marcante: 99% dos profissionais e 98% dos cidadãos portugueses consideram a construção sustentável uma prioridade, valores que colocam Portugal entre os países mais sensibilizados para esta temática.

“A construção sustentável está agora no centro das prioridades dos decisores”, refere o barómetro. No entanto, os resultados também mostram que “esta prioridade ainda não se traduziu em ações concretas por parte dos intervenientes do setor”.

O conhecimento sobre o tema tem evoluído. A percentagem de profissionais que dizem conhecer bem o conceito de construção sustentável cresceu de 50% em 2024 para 71% em 2025. Entre os cidadãos portugueses, essa percentagem passou para 36%. Ainda assim, o estudo sublinha que “apenas 28% dos profissionais afirmam estar totalmente informados” e só 35% receberam formação específica.

Entre as ações mais valorizadas para acelerar a transição, os profissionais portugueses destacam “a formação profissional obrigatória”, “a regulamentação obrigatória da renovação energética dos edifícios” e “a utilização de materiais sustentáveis”. Mais de metade dos inquiridos em Portugal identificam os arquitetos, engenheiros, entidades públicas e empresas privadas como principais atores da mudança.

Contudo, quando se trata de pôr em prática estas intenções, os números revelam uma lacuna: 67% dos profissionais dizem avaliar a pegada de carbono dos projetos, mas apenas 30% admitem fazê-lo de forma sistemática. Entre os decisores públicos, 51% afirmam querer excluir projetos não sustentáveis de concursos, mas só 37% o fazem efetivamente. Como conclui o barómetro, “a coerência entre o desejo de sustentabilidade e a implementação efetiva ainda é insuficiente”.

A nível global, a construção sustentável continua a ser fortemente associada à eficiência energética (35%) e ao uso de materiais ecológicos (31%). Contudo, “a resiliência climática começa a emergir como uma nova prioridade, mencionada por 21% dos inquiridos”. A dimensão humana, por sua vez, continua em segundo plano: apenas 15% associam sustentabilidade ao bem-estar dos ocupantes — em Portugal, esse número é de apenas 8% entre os stakeholders.

“As conclusões são claras: é tempo de agir. Para que a construção sustentável se torne a norma, precisa de ser mais bem compreendida e alinhada com as expetativas dos cidadãos e profissionais”, afirma Benoit Bazin, CEO do grupo Saint-Gobain. “Continuaremos a investir em soluções inovadoras e programas de sensibilização como o Mês da Sustentabilidade”, diz Asier Amorena, CEO da empresa em Portugal.

Com presença em 80 países, 160 mil colaboradores e um volume de negócios de 46,6 mil milhões de euros em 2024, a Saint-Gobain posiciona-se como referência mundial em construção sustentável. Em Portugal, o grupo integra 11 empresas e sete fábricas, empregando mais de 600 pessoas com marcas como Glassdrive, Norton, Placo e Weber.


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