O Mastercard Economics Institute (MEI) divulgou o relatório anual “Travel Trends Report 2025” onde revela que Portugal surge em 12.º lugar na lista de destinos líderes em experiências de bem-estar e autocuidado, de acordo com o Índice de Viagens de Bem-Estar, Wellness Travel Index (WTI).
No topo do ranking estão a Namíbia, a África do Sul e a Tailândia, onde os visitantes podem reconectar-se com a natureza em pousadas ecológicas imersivas ou encontrar serenidade em retiros de meditação.
Alguns destinos turísticos europeus estão a enveredar por este caminho, como é o caso de Itália (6.º) e Polónia (13.º). É importante referir que o WTI não contabiliza viagens dentro do mesmo país com fins de bem-estar, apenas viagens internacionais.
Os consumidores europeus estão a dar prioridade a motivações mais profundas e com maior valor pessoal para as suas viagens, como a procura de conexão, bem-estar, aventura e experiências gastronómicas. Estes fatores, orientados por objetivos pessoais e emocionais, continuam a ser motores determinantes para viajar, mesmo em cenários de incerteza económica.
Embora os fatores macroeconómicos continuem a influenciar o comportamento dos viajantes, a Europa continua a destacar-se como um importante centro de turismo global, com o seu rico património culinário, paisagens diversas e ofertas de bem-estar a atrair viajantes de todo o mundo. No entanto, os fatores não económicos pesam também na hora de tomar uma decisão. A prevalência das redes sociais, onde muitos viajantes publicam imagens apelativas de cenários e refeições exóticos, tem encorajado outros utilizadores a criar as suas próprias memórias, muitas vezes por receio de perder algo.
De acordo com o mais recente relatório Economy Experience, da Mastercard, as viagens, as atividades ao ar livre e a restauração estão no topo da lista de prioridades de despesa dos europeus em 2025, o que evidencia uma mudança para viagens baseadas em experiências e valores. Mais de dois terços (70%) dos europeus afirma que a realização de atividades da lista de desejos é uma prioridade máxima.
Assim, os dados analisados pelo MEI apontam que o turismo de bem-estar tem crescido significativamente nos últimos anos, apresentando-se como uma fuga ao stress do quotidiano. Estas viagens privilegiam o relaxamento, a cura e um certo grau de indulgência, em vez de horários preenchidos ou aventuras cheias de adrenalina. Embora os retiros de ioga tradicionais e os spas de luxo continuem a ser populares, o panorama do bem-estar está a evoluir, incluindo agora ofertas como clubes de longevidade e retiros focados no sono.
Com base numa análise única de dados agregados e anónimos de transações e de fontes de dados de terceiros, o relatório revela ainda as seguintes tendências de gastos dos consumidores em viagens no próximo ano, incluindo:
A paixão pelo desporto impulsiona o turismo:
O MEI analisou as despesas num raio de oito quilómetros do local da final da Liga dos Campeões, em Londres, nos cinco dias anteriores e posteriores ao evento, em junho de 2025. A vitória do Real Madrid sobre o Borussia Dortmund resultou num aumento homólogo de 61% nos gastos alemães, ultrapassando o aumento global de 14%, ao passo que os gastos espanhóis dispararam 148% em relação ao ano anterior, sugerindo que os adeptos celebraram com extravagância.
Destinos-tendência para o verão de 2025:
Os dados de reservas de voos revelam os principais destinos globais que estão a ganhar força como pontos quentes para viagens entre junho e setembro. Tóquio está no topo da lista como o destino global mais procurado para o verão de 2025. Especificamente para os viajantes europeus, as principais cidades incluem Tóquio, Palma de Maiorca, Hurghada (Egito), Paris, Osaka, Pequim e Londres. Notavelmente, Tirana, na Albânia, viu o maior aumento de visitantes europeus entre 2019 e 2024 – liderados principalmente por turistas italianos –, tornando-a um dos destinos urbanos de crescimento mais rápido no continente.
Istambul, Cannes e Interlaken são as três principais cidades para os apreciadores internacionais de gastronomia:
Com a popularidade crescente das viagens internacionais, medir o número mediano de nacionalidades presentes em cada restaurante por cidade dá uma ideia mais clara sobre os destinos gastronómicos mais globalizados. O MEI apurou que a Europa domina a lista de destinos que atraem os amantes da gastronomia internacional, de acordo com os seus gastos em 2024. os restaurantes de Istambul acolheram turistas de 67 países em 2024, o valor mais alto entre as 43 cidades analisadas. Outros seis destinos europeus – Cannes (França), Interlaken (Suíça), Barcelona (Espanha), Dubrovnik (Croácia) e Mykonos (Grécia) – surgem também no top 10, atraindo visitantes de todo o mundo com os seus vibrantes cenários culinários.
Aventuras nórdicas ganham popularidade:
Ao analisar os principais parques nacionais e o modo como o comércio local contribui para os gastos totais dos turistas o MEI concluiu que o turismo de aventura está a florescer na região nórdica, onde os viajantes procuram a beleza natural das florestas, fiordes e a serenidade ao ar livre. A Finlândia destaca-se neste conjunto de países, com os parques nacionais a representarem 7,1% dos gastos transfronteiriços totais. Outros países europeus de relevo com percentagens significativas de despesa associada a parques nacionais incluem a Suíça, Polónia, França e Noruega.
Viagens de negócios tornaram-se menos frequentes, mas mais longas:
Segundo o MEI, as reservas de voos corporativos no Reino Unido indicam que a duração média das viagens de trabalho é agora superior à do período anterior à pandemia. No caso dos viajantes norte-americanos, as deslocações à Europa aumentaram de 7,4 para 8,1 dias. Esta tendência verifica-se também entre os viajantes britânicos, com excepção das viagens para o Canadá e os Estados Unidos, que se tornaram mais curtas entre 2020 e 2025.
“O setor europeu das viagens continua a demonstrar uma resiliência notável. Mesmo perante a incerteza económica, observamos uma mudança clara entre os viajantes europeus, que passam a privilegiar experiências com significado pessoal e valor a longo prazo. Seja através de retiros de bem-estar, exploração cultural ou aventuras na natureza, os viajantes europeus estão a dar prioridade a viagens que se alinham com os seus valores e aspirações individuais”, afirmou Natalia Lechmanova, Economista-Chefe para a Europa do Mastercard Economics Institute.
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