Portugal é o campeão europeu dos empregadores de baixas qualificações, segundo dados divulgados pela PORDATA.
O aumento das qualificações dos trabalhadores não tem correspondência na dos empregadores. A PORDATA indica que 35% dos trabalhadores por conta de outrem têm o ensino superior enquanto apenas 28% dos empregadores completaram este nível de ensino.
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Por outro lado, Portugal é o país da UE (com dados de 23 países) que tem maior proporção de empregadores sem escolaridade ou com o ensino básico no total dos empregadores, com 42% face à média de 16% da UE.
Portugal tem a taxa de emprego mais elevada dos últimos anos, com 78,5% das pessoas entre os 20 e os 64 anos a trabalhar. Na comparação com a União Europeia, feita esta semana pela PORDATA, Portugal está na primeira metade da tabela, sendo o 12.º país com maior proporção de pessoas ativas no mercado de trabalho.
A dimensão de trabalho parcial não é comparável com alguns dos principais países no ranking do emprego, como nos Países Baixos, onde 8 em cada 10 pessoas têm emprego e entre estas, 4 estão a tempo parcial, sublinha a PORDATA.
Portugal afasta-se também de números mais fracos que atravessam o sul da Europa, longe dos 67% de pessoas empregadas em Itália, 69% na Grécia ou mesmo 71% em Espanha. A PORDATA assinala que Portugal conseguiu alcançar a meta de emprego inscrita no Plano de Ação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais até 2030
Noutro indicador, os jovens não estão propriamente desocupados em Portugal. É o 8.º país da UE com menor percentagem de jovens entre os 15 e os 29 anos que não estudam nem trabalham, na ordem de 8,7%. Neste particular, também estão dentro das metas do Plano de Ação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, assinala a PORDATA.
Salários baixos
Já nos salários, quando comparamos Portugal ao resto da União Europeia, a história é outra. O salário médio anual por trabalhador é o 9.º mais baixo dos países da UE e o salário mínimo, em paridades de poder de compra, é o 10.º a contar fim na União Europeia.
A comparação pode fazer-se desde logo com Espanha, onde o salário médio é 30% mais elevado e o salário mínimo é 23% maior do que em Portugal onde quase um quarto dos trabalhadores recebe essa remuneração. No salário médio, explica a PORDATA, pior só a Grécia, a Croácia e os países de Leste. No salário mínimo, países como a Polónia, a Lituânia e a Roménia pagam mais que Portugal.
A capacidade de comprar uma casa é um sério problema para quem trabalha em Portugal. No nosso país, apesar de um aumento de 24% do salário médio entre 2019 e 2023 ( acima dos 16% de subida na UE), os preços das casas aumentaram 45%, acima dos 23% na UE, segundo o Índice de Preços da Habitação.
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