Porto Central terá mega terminal de contêineres com padrão internacional, que será um dos maiores da América do Sul

Iniciativa visa movimentar até 6 milhões de TEUs e posicionar o Espírito Santo como polo estratégico no comércio marítimo internacional.

O Porto Central, situado em Presidente Kennedy, no litoral Sul do Espírito Santo, deu um passo decisivo para se consolidar como um dos principais centros logísticos da América Latina.

Após uma década de espera, as obras do complexo portuário foram iniciadas em dezembro de 2024 e, agora, o empreendimento firmou um importante acordo para viabilizar a instalação de um terminal de contêineres com capacidade para movimentar até 6 milhões de TEUs (Unidades Equivalentes a 20 pés) por ano.

A proposta é ambiciosa: transformar o Porto Central em um hub portuário de referência internacional, apto a receber os maiores navios porta-contêineres do mundo.

O projeto será desenvolvido por meio da assinatura de um Memorando de Entendimento (MoU) entre o porto e a consultoria Praxys, especializada em negócios e transações financeiras globais.

Infraestrutura de ponta e profundidade inédita no continente

Com previsão de início das operações gerais em dezembro de 2027, o novo terminal de contêineres será implantado em fases, tendo sua capacidade inicial estabelecida em 2,5 milhões de TEUs a partir de 2030.

A estrutura contará com 1.370 metros de cais e profundidade de acesso de 18 metros na primeira etapa, chegando a 20 metros na segunda — um diferencial que o torna único em toda a América do Sul.

Segundo o Porto Central, essas características permitirão a atracação de embarcações de grande porte, com capacidade entre 21.000 e 24.000 TEUs, atualmente utilizadas nas rotas internacionais mais exigentes.

A profundidade e a extensão do cais colocarão o terminal em posição estratégica para receber rotas transoceânicas diretamente da Ásia e da Europa, com possibilidade de transbordo para outros países sul-americanos como Argentina e Uruguai.

Demanda crescente por hubs e solução para gargalos logísticos

A expansão dos navios porta-contêineres nas últimas décadas trouxe novos desafios para a infraestrutura portuária mundial, especialmente na costa leste da América do Sul, onde há uma reconhecida carência de terminais com águas profundas.

Nesse contexto, o terminal de contêineres do Porto Central surge como resposta à necessidade de hubs modernos e eficientes que permitam otimizar a logística marítima e reduzir custos operacionais.

Com a entrada em operação do novo terminal, o Brasil ganhará um importante instrumento para atrair novas rotas de navegação internacional, ampliando sua competitividade no mercado global e facilitando o escoamento de cargas de importação e exportação.

A localização estratégica no Espírito Santo ainda proporciona conexão rápida com os principais centros consumidores e produtores do país.

A Praxys, parceira do Porto Central na viabilização do terminal de contêineres, também será responsável pela gestão de marketing e pela condução das negociações comerciais.

A consultoria traz na bagagem a experiência de Jesper Kjaedegaard, ex-executivo da Maersk Line e referência internacional no setor portuário, com mais de quatro décadas de atuação em logística marítima e transporte de contêineres.

“O novo terminal é exatamente a transformação que o Brasil precisa. Redefinirá o cenário dos serviços de contêineres na costa leste da América do Sul, atraindo mais rotas de navegação, aumentando a competitividade do país e trazendo benefícios substanciais para operadoras, exportadores e importadores e para a economia local”, afirmou Kjaedegaard.

A expectativa é que o terminal de contêineres do Porto Central se torne um catalisador para o desenvolvimento econômico regional, gerando empregos, atraindo investimentos e impulsionando o comércio exterior brasileiro.

Com essa iniciativa, o Porto Central reforça sua vocação como agente transformador da logística nacional, mirando alto ao buscar um lugar de destaque entre os maiores complexos portuários da América Latina.