Já o déficit comercial é resultado principalmente da “função de demanda relativa”, disse Abrahamian à DW. “O consumidor americano é o cliente número um do mundo — gastando mais livremente do que em qualquer outro lugar — e, portanto, é provável que os Estados Unidos importem mais do que exportam”, afirma.
Qual o poder do governo para influenciar o dólar?
De qualquer forma, o governo americano dispõe de uma série de instrumentos para influenciar a tendência do dólar e da atividade econômica.
De maneira mais direta, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pode cortar juros. A instituição é independente para definir a política monetária com base nos dois objetivos estabelecidos por lei – manter a estabilidade de preços e um quadro de pleno emprego.
Ainda assim, em contraste com os antecessores, Trump nunca deixou de expressar opiniões sobre o trabalho do banco central. “O Fed estaria muito melhor se cortasse os juros”, defendeu ontem, em publicação na rede social Truth Social, pouco depois de o Fed anunciar manutenção da taxa básica na faixa entre 4,25% e 4,50%.
Para além do Fed, o Departamento do Tesouro também poderia tentar interferir na direção do dólar a partir da compra de moedas estrangeiras pelo Fundo de Estabilização do Câmbio. Abrahamian, porém, entende que seria necessário adquirir “grandes quantidades, dado o tamanho dos mercados de câmbio atuais, onde o volume de negócios global diário é estimado em trilhões de dólares”.
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