Por dentro do Nokia Bell Labs, onde se constrói a tecnologia do futuro

Sam Becker

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O Bell Labs da Nokia tem uma história rica e lendária na produção de ganhadores do Prêmio Nobel, na criação de tecnologias inovadoras e no fortalecimento de infraestruturas que sustentam a maioria dos dispositivos que usamos todos os dias. Na semana passada, a instituição realizou um evento especial para celebrar seu 100º aniversário.

A Fast Company teve acesso exclusivo a uma visita guiada pelos bastidores do campus central, em Murray Hill, no estado de Nova Jersey (EUA), incluindo alguns dos projetos e laboratórios que estão desenvolvendo novas e avançadas tecnologias – espaços que normalmente permanecem fora do alcance do público.

A Nokia adquiriu o Bell Labs – formado por uma rede de laboratórios espalhados pelos EUA e por diversos países – em 2016, quando comprou a Alcatel-Lucent. O vasto complexo central está em grande parte vazio atualmente, pois foi construído em uma época na qual milhares de funcionários preenchiam seus laboratórios e escritórios.

Ao longo do último século, esse extenso campus abrigou diversos laboratórios onde foram feitas – ou aperfeiçoadas – descobertas e invenções revolucionárias, como o telefone celular, o transistor e as células solares.

Apesar da força de trabalho presencial ser hoje relativamente pequena, ainda há pesquisadores e cientistas trabalhando intensamente em inúmeros projetos, incluindo o aprimoramento de cabos de dados submarinos, a criação de plataformas de IA em tempo real para aumentar a eficiência de operações de mineração e novas tecnologias ligadas a dispositivos e sistemas de telecomunicação.

Grande parte desse trabalho passa despercebida pelo público, mas é essencial para sustentar o funcionamento de celulares e redes sem fio. Por exemplo, graças aos avanços desenvolvidos no Bell Labs e em outras instituições similares nas últimas décadas, a infraestrutura de telecomunicações conseguiu dar conta do aumento repentino da demanda nos primeiros dias da pandemia de Covid-19, quando o trabalho e o ensino migraram massivamente para o modo remoto.

“Se a pandemia tivesse ocorrido 10 anos antes, isso teria nos paralisado”, comentou um dos pesquisadores.

Os pesquisadores querem aperfeiçoar os fundamentos da tecnologia quântica antes de lançar produtos e serviços.

Durante o evento, também houve uma demonstração relacionada à pesquisa contínua da Nokia em “GPT industrial”, que envolve treinar robôs para compreender e reagir a comandos de voz.

Uma das demonstrações apresentou o Porcupine, um robô com a capacidade de localizar recipientes específicos em um ambiente semelhante a um armazém ou identificar itens faltantes no estoque e sugerir como substituí-los.

A empresa também está profundamente envolvida em projetos de computação quântica – uma área com enorme potencial, caso suas promessas venham a se concretizar. Michael Eggleston, físico e líder de grupo de pesquisa na Nokia, afirma que, apesar do ceticismo de alguns líderes, os computadores quânticos “são reais e já estão aqui”.

Complexo Helix (Crédito: Nokia)

No entanto, há diversos tipos de tecnologias quânticas sendo desenvolvidas, com aplicações distintas. “A grande questão é se essa tecnologia vai convergir,” diz Eggleston.

Ele e outros pesquisadores estão focados em aperfeiçoar os fundamentos da tecnologia quântica antes de lançar produtos e serviços no mercado – algo que tem o potencial de multiplicar exponencialmente a capacidade de processamento de dados, superando até mesmo as recentes transformações trazidas pela inteligência artificial.

O evento também teve um tom de despedida do tradicional complexo dos Bell Labs, já que a Nokia está preparando a transferência de seus laboratórios e pesquisadores para o novo complexo Helix, em New Brunswick, nas proximidades. A mudança está prevista para ser concluída até 2028.


SOBRE O AUTOR

Sam Becker é escritor e jornalista freelancer que mora perto da cidade de Nova York. Ele é natural do noroeste do Pacífico, se formou … saiba mais


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