A Ponte Internacional da Amizade chega, nesta quinta-feira (27), ao seu sexagenário, consolidada como um dos mais importantes marcos da Tríplice Fronteira. Inaugurada em 1965, a estrutura de 552 metros de extensão conecta Foz do Iguaçu, no Brasil, a Ciudad del Este, no Paraguai. Ela também simboliza a relação econômica, social e histórica entre os dois países. Hoje, aproximadamente 40 mil veículos e 100 mil pessoas atravessam a ponte diariamente, reafirmando sua relevância para a região.
A construção da ponte foi uma resposta à necessidade de um acesso terrestre eficiente entre Brasil e Paraguai. Até então, o trânsito entre os dois países dependia de travessias fluviais ou do percurso via Argentina. O projeto, iniciado em 1956, foi liderado pelo engenheiro Almyr França e levou nove anos para ser concluído. Durante a obra, mais de mil operários trabalharam no canteiro de construção, muitos dos quais permaneceram na região após sua finalização, ajudando a compor o mosaico cultural da Tríplice Fronteira.
Modelo de engenharia
Atravessar o Rio Paraná sem comprometer a navegação foi um dos principais desafios dos engenheiros responsáveis pelo projeto. A solução encontrada foi um arco engastado de concreto armado, que na época estabeleceu um recorde mundial de maior vão livre nesse tipo de estrutura. A ponte foi projetada para suportar grandes volumes de tráfego, mas a crescente demanda impõe desafios de modernização.
A urbanização ao redor da ponte também sofreu transformações drásticas. Quando inaugurada, a região não contava com bairros como Vila Portes e Jardim Jupira, no Brasil, ou com o microcentro comercial que hoje caracteriza Ciudad del Este. O crescimento econômico e populacional foi impulsionado diretamente pela existência da ponte, que facilitou o comércio e a circulação de pessoas.
Impactos econômicos e culturais
A Ponte da Amizade tornou-se um dos principais corredores comerciais entre Brasil e Paraguai. O Paraguai, que depende fortemente das importações de mercadorias brasileiras, viu a ponte transformar-se em um ponto estratégico para sua economia. Para os brasileiros, Ciudad del Este se consolidou como um dos principais destinos de compras, atraindo milhares de turistas diariamente.
Além do comércio, a ponte também tem um papel essencial na interação entre as populações locais. Habitantes dos dois países atravessam a fronteira diariamente em busca de trabalho, serviços ou turismo. A região é um dos territórios mais multiculturais do Brasil, reunindo mais de 80 nacionalidades.
Homenagem aos 60 anos
Para celebrar as seis décadas da Ponte da Amizade, um mural comemorativo está sendo pintado na entrada do lado brasileiro. Com 117 metros de extensão, a obra do artista Igor Izy retrata elementos icônicos da região, como as onças-pintadas do Parque Nacional do Iguaçu, as Cataratas e a Usina de Itaipu. A iniciativa é coordenada pela Secretaria Municipal de Turismo, Receita Federal e Projeto Onças do Iguaçu, com apoio de entidades locais.
O futuro da Ponte da Amizade
Apesar de sua importância, a ponte enfrenta desafios decorrentes do aumento do fluxo de veículos e da necessidade de modernização. Com isso, a construção da Ponte da Integração, ligando Foz do Iguaçu a Presidente Franco (Paraguai), surge como alternativa para desafogar o tráfego da Ponte da Amizade.
Seja como elo econômico, histórico ou cultural, a Ponte Internacional da Amizade segue firme como um dos símbolos mais marcantes da relação entre Brasil e Paraguai, refletindo a identidade e o dinamismo da Tríplice Fronteira.
- Da redação
- Foto: Visit Iguassu
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