“Chespirito: Sem Querer Querendo”, série lançada ontem pela HBO Max, traz uma representação dos bastidores de “Chaves” —”El Chavo de Ocho”— , além de contar a história do autor da obra, Roberto Gómez Bolaños. Sucesso em toda a América do Sul, o programa protagonizou polêmicas no Chile e na Colômbia.
Espetáculo em Santiago
Os integrantes do programa “Chaves” foram criticados após se apresentarem no Chile em 1977. O grupo fez um show no Estádio Nacional de Santiago, local usado como centro de detenção e tortura por Augusto Pinochet em 1973. O militar assumiu o governo após um golpe de estado que destituiu e matou o presidente anterior, Salvador Allende.
Bolaños falou sobre o tema apenas 28 anos depois da apresentação. Em sua biografia, “Sem Querer Querendo”, lançada em 2005, o autor de “Chaves” destacou que os artistas não sabiam do uso do estádio como centro de torturas. Porém, afirmou que o grupo se apresentaria no local mesmo se soubesse.
Em 1978, o elenco de “Chaves” se apresentou na Argentina. O país também era comandado por uma ditadura militar na época, liderada por Jorge Videla.
‘Amizade’ com traficantes?
Fernando Rodríguez Mondragón, filho do líder do cartel de Cali, Gilberto Rodríguez Orejuela, afirmou que seu pai contratou o criador de ‘Chaves’. Ele teria participado de festas com o cantor Juan Gabriel, também mexicano, segundo o relato do jornal colombiano El Tiempo.
Roberto Bolaños negou a relação com o narcotráfico em nota oficial. “Nunca estive ligado ao narcotráfico, em nenhuma de suas formas, nem fui amigo de nenhum narcotraficante, nem participei de negócios provenientes de tal indústria criminosa, nem direta, nem indiretamente.”
No mesmo comunicado, Bolaños seguiu se defendendo. Ele reforçou que “não solicita aos presentes identificações, de recomendação ou antecedentes penais” quando está liderando um espetáculo.
Anos depois, Carlos Villagrán, intérprete de Quico, afirmou que Bolaños participou de uma festa montada por narcotraficantes. Em entrevista ao site equatoriano El Comercio, em 2015, Villagrán disse que o intérprete de Chaves aceitou um convite de pessoas ligadas a Pablo Escobar.
Eu não fui [a uma festa de Escobar] e tenho orgulho de dizer isso, mas Roberto foi. Não sei quantos foram com ele, mas eu não compareci. Chegaram a me oferecer um milhão de dólares e isso me causou arrepios. Carlos Villagrán
A história foi negada por Juan Pablo Escobar Henao, filho de Pablo Escobar. “Seria uma memória inapagável e maravilhosa. Porém, infelizmente, não foi assim. São notícias falsas, de pessoas que querem ganhar protagonismo com a memória de quem já não está por aqui”, disse em publicação no Facebook na época.
Crédito: Link de origem