Peru sanciona representante russo após atraso na modernização de helicópteros Mi-171

Foto: Presidência do Peru


O Peru decidiu punir e sancionar uma empresa panamenha, representante oficial de uma estatal russa, após contratos de manutenção em helicópteros não serem honrados.

O contrato previa a manutenção e modernização de três helicópteros Mil Mi-171, que foram comprados pelo Exército Peruano e recebidos em 2014. Neste acordo, com valor de US$ 20 milhões, estava previsto que as aeronaves fossem encaminhadas para o Panamá, onde seria feita a manutenção na Milenium Veladi Corporation, uma empresa local representante oficial da NASC – Национальная Авиационно-сервисная компания, que é a Companhia Nacional de Serviços Aeronáuticos da Rússia.

As aeronaves deveriam estar prontas em outubro de 2024, mas a empresa panamenha pediu uma extensão de prazo para a entrega, que foi alterada na época para o final de dezembro, mas isto também não foi cumprido, conforme informa o jornal La República. Uma nova extensão, desta vez de 151 dias, foi solicitada, mas negada pelo governo peruano, que decidiu cancelar o contrato pela falha na prestação de serviço, multar a Milenium Veladi em US$ 1,9 milhão, além de sancionar a empresa juntamente com a NASC.

A companhia panamenha afirma que enviou as partes para a Rússia, incluindo motores e pás dos rotores, mas que a NASC não retornou os componentes, justificando o atraso pela falta de material em razão da invasão russa à Ucrânia.

Porém, o contrato já havia sido assinado após as tropas da Rússia invadirem o país vizinho, e a justificativa não foi aceita pelos peruanos. Até o momento, não está claro se o Peru irá buscar os helicópteros que não estão em condição de voo ou se procurará outro fornecedor para dar continuidade ao projeto de modernização. Em torno de US$ 14 milhões (70% do valor total do contrato) já haviam sido transferidos para as contas da empresa panamenha.

A NASC já é sancionada pelos EUA por fornecer apoio tanto às tropas invasoras quanto ao grupo mercenário neonazista russo Wagner, que atua tanto na Ucrânia quanto em países da África. As sanções feitas pelo Peru significam que a empresa, assim como Milenium Veladi, não poderão prestar nenhum serviço de manutenção em aeronaves peruanas, civis ou militares.

Problemas similares no prazo de entrega de peças e dificuldade de contato com o fornecedor foram alguns dos motivos que levaram a Força Aérea Brasileira a aposentar os helicópteros Mil Mi-35M Hind, que pararam de voar no Brasil pouco mais de dez anos após o recebimento, num prazo bem similar ao dos vizinhos peruanos. A Colômbia também enfrenta problemas similares de falta de apoio logístico para a operação de helicópteros similares ao do Peru.


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