Pedro Castillo, ex-presidente do Peru, começou a ser julgado nesta terça-feira (4) por sua tentativa de dissolver o Congresso e aplicar um autogolpe de Estado em dezembro de 2022.
O Ministério Público pede uma condenação de até 34 anos de prisão para Castillo, que é acusado pelos crimes de rebelião, abuso de autoridade e perturbação da tranquilidade pública, segundo o pedido apresentado ao tribunal.
O julgamento contra o ex-presidente, um ex-sindicalista de 55 anos que emergiu da esquerda radical, acontece em um tribunal anexo à prisão onde ele está detido por ordem judicial.
Castillo entrou na sala de audiências escoltado por dois agentes penitenciários. O julgamento pelo chamado autogolpe pode demorar até seis meses.
No dia 7 de dezembro de 2022, Castillo antecipou-se a uma sessão em que o Congresso analisaria um terceiro processo de destituição contra si próprio e leu uma mensagem ao país anunciando a dissolução do Legislativo e a convocação de uma Assembleia Constituinte.
Após sua manobra fracassada, Castillo foi afastado e levado para o presídio de Barbadillo, um pequeno centro de detenção para presidentes dentro da sede da Diretoria de Operações Especiais da Polícia, ao leste de Lima.
Seu plano frustrado desencadeou protestos que deixaram cerca de 50 mortos.
Figura emergente da esquerda radical, Castillo foi destituído pelo Parlamento. Está preso desde então, cumprindo um mandado de prisão preventiva de 36 meses, mas nega todas as acusações.
Ele é o quarto ex-presidente peruano a sentar no banco dos réus nos últimos 25 anos por crimes que vão de corrupção a violações dos direitos humanos. Antes dele, passaram pelos tribunais Alberto Fujimori e Alejandro Toledo, que foram condenados, enquanto o julgamento de Ollanta Humala deve ser concluído este ano.
A promotoria sustentará um pedido de 34 anos de prisão com 65 provas documentais e o depoimento de 70 testemunhas, de acordo com o relatório do Ministério Público apresentado ao tribunal. Além disso, o órgão “solicita a pena de inelegibilidade de três anos e seis meses”.
Crédito: Link de origem