Violência em Moçambique
Entre os baleados estão duas crianças e um membro da caravana de Venâncio Mondlane. Moçambique vive desde outubro um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas pelo ex-candidato presidencial, que rejeita os resultados eleitorais.
Pelo menos 16 pessoas foram baleadas esta quarta-feira entre os apoiantes que acompanhavam uma passeata liderada pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane na capital de Moçambique, Maputo, avançou a Plataforma Decide.
Entre os baleados estão duas crianças, que morreram, e um membro da caravana do Venâncio Mondlane, declarou à Lusa Wilker Dias, diretor da Plataforma Decide, organização não-governamental (ONG) que acompanha os processos eleitorais.
O incidente aconteceu por volta das 13:00 (menos duas horas em Lisboa) no bairro de Hulene, ao longo da avenida Julius Nyerere, quando a caravana que acompanhava Venâncio Mondlane seguia em direção à Praça dos Combatentes, partindo da Praça da Juventude, no bairro Magoanine, nos subúrbios de Maputo. O principal opositor da Frelimo – e autointitulado ‘presidente eleito pelo povo’ – está em parte incerta.
Moçambique vive desde outubro um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais de 09 de outubro, que deram vitória a Daniel Chapo.
A ONG contabiliza 63 pessoas baleadas desde 15 de janeiro, elevando para 3.516 o número de feridos nos confrontos com as forças policiais que se iniciaram em outubro.
A polícia moçambicana posicionou-se em todas as principais vias e avenidas que dão acesso ao Centro de Conferências Joaquim Chissano, local onde foi assinado hoje o acordo político entre o Presidente de Moçambique e formações partidárias, focado em reformas estatais, no âmbito do diálogo político para o fim da crise pós-eleitoral no país.
Atualmente, os protestos, agora em pequena escala, têm estado a ocorrer em diferentes pontos do país e, além da contestação aos resultados, os populares queixam-se do aumento do custo de vida e de outros problemas sociais.
Desde outubro, pelo menos 353 pessoas morreram, incluindo cerca de duas dezenas de menores, de acordo com a Plataforma Decide.
O Governo moçambicano confirmou pelo menos 80 óbitos, além da destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias durante as manifestações.
Notícia atualizada às 19:23
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