Pelo menos 110 mortos nas manifestações em Moçambique desde 21 de outubro – Observador

Pelo menos 110 pessoas morreram nas manifestações pós-eleitorais em Moçambique desde 21 de outubro, segundo um balanço atualizado divulgado esta terça-feira pela Organização Não-Governamental (ONG) Plataforma Eleitoral Decide.

De acordo com o relatório divulgado por aquela plataforma de monitorização eleitoral moçambicana, só de 4 a 10 de dezembro, na atual fase de manifestações, há registo de 34 vítimas mortais, nomeadamente dez em Gaza e outras dez em Nampula, além de cinco mortos em Sofala, quatro em Maputo e três em Cabo Delgado.

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Ainda neste período, a ONG contabiliza pelo menos 149 detenções, 45 das quais em Manica, 30 em Nampula, 25 em Gaza e 22 em Sofala, e 89 pessoas baleadas.

Anteriormente, a ONG já tinha também contabilizado pelo menos 274 pessoas baleadas durante as manifestações e paralisações de contestação aos resultados eleitorais desde 21 de outubro e 3.450 detidos.

O candidato presidencial Venâncio Mondlane apelou para uma nova fase de contestação eleitoral de uma semana, de 4 a 11 de dezembro, em “todos os bairros” de Moçambique, com paralisação da circulação automóvel das 08h00 às 16h00 (menos duas horas em Lisboa).

“Todos os bairros em atividade forte”, disse Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados anunciados das eleições gerais de 9 de outubro, numa intervenção através da conta oficial na rede social Facebook.

Tal como aconteceu na fase anterior de contestação, de 27 a 29 de novembro, o candidato presidencial pediu que as viaturas parem de circular das 08h00 às 15h30 (menos duas horas em Lisboa), seguindo-se então 30 minutos para se entoar os hinos de Moçambique e de África nas ruas, o que se verificou nos últimos dias, incluindo novamente esta terça-feira, em várias artérias centrais, nomeadamente, de Maputo.

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“Vamo-nos manifestar de forma ininterrupta, sem descanso. Vão ser sete dias cheios (…). Todas as viaturas, tudo o que se move, fica parado”, insistiu, pedindo aos automobilistas para colarem cartazes de contestação nas viaturas que circulem até às 08h00 e depois das 16h00.

O anúncio pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique, em 24 de outubro, dos resultados das eleições de 9 de outubro, em que atribuiu a vitória a Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder desde 1975) na eleição para Presidente da República, com 70,67% dos votos, espoletou protestos populares, convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane e que têm degenerado em confrontos violentos com a polícia.

Segundo a CNE, Mondlane ficou em segundo lugar, com 20,32%, mas este não reconhece os resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.


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